Farmácias querem venda diversificada

Uma possível restrição na venda de artigos de conveniência em farmácias e drogarias causou reação da entidade que representa as grandes redes do setor. A possibilidade surgiu com a Consulta Pública n.º 69, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A discussão do documento deveria ocorrer até o dia 10 de setembro, mas foi prorrogada por mais 30 dias.

Munida de duas pesquisas de mercado, realizadas pelos institutos Vox Populi e Ibope, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as 23 maiores redes de estabelecimentos do setor, reafirmou sua postura contrária às mudanças sugeridas pela Anvisa.

Segundo a entidade, nos resultados do Vox Populi, que ouviu 400 pessoas com mais de 18 anos, 81,6% dos entrevistados afirmaram que percebem alguma vantagem na venda de itens não farmacêuticos pelas drogarias. ?Os resultados das pesquisas demonstram que a população aprova esse tipo de serviço?, afirmou o presidente-executivo da associação, Sérgio Mena Barreto.

Já nos números apresentados pelo Ibope, 76% dos 507 consumidores ouvidos declararam ser ?boa? ou ?muito boa? a qualidade dos produtos oferecidos pelos estabelecimentos. Segundo Sérgio, outro benefício oferecido pelas farmácias é o horário estendido de atendimento. ?O conceito americano de drugstore está mais do que consolidado no Brasil?, defende.

Consumidor

A venda de conveniência nas farmácias parece não incomodar muita gente. Para o militar na reserva Waldir Mattos, que saía de uma farmácia no momento da entrevista, a oferta de produtos não farmacêuticos não incomoda. ?Não tenho nada contra?, disse. Já a cobradora Alzira Ferreira defende, inclusive, a comercialização. ?Na farmácia eu encontro muita coisa que não tem em outros estabelecimentos. Além disso, fica aberto até mais tarde e serve pra alguma emergência?, afirmou.

Em contraponto a opinião dos dois está o trabalhador em serviços gerais José Lúcio Mendes. Segundo ele, farmácia não é supermercado. ?Cada um faz o seu. Imagine, algumas delas até vendem ração de cachorro?, explicou.

Defesa

Para o farmacêutico Ricardo Custódio da Silva, que é gerente de uma drogaria no Pilarzinho, a venda de outros gêneros ajuda a dar referência ao atendimento dispensado ao cliente, além de ser responsável por cerca de 20% do faturamento de seu estabelecimento. ?Comprando aqui se pode economizar tempo e não perder em preço. Lógico que não concorremos com as compras do mês, que são feitas no supermercado, mas servimos pra satisfazer as necessidades diárias?, concluiu.

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