Farmácias de manipulação superam crise

Em meio a tanta crise econômica, o segmento de farmácias aponta uma perspectiva de crescimento muito animadora para 2004. Estima-se um faturamento de US$ 560 milhões, ou seja, aproximadamente R$ 1,6 bilhão em vendas de medicamentos.

Nesse bolo, o mercado de medicamentos manipulados representa 8% do faturamento do segmento farmacêutico, segundo dados da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais). De 1998 para cá, o número de farmácias de manipulação no país dobrou, passando de 3.100 estabelecimentos para 6 mil em 2003. Um lado positivo para a economia do País é que a oferta de vagas para farmacêuticos cresceu na mesma proporção, segundo Gladys Camargo Cardon, presidente da Anfarmag-PR. “As farmácias de manipulação empregavam em 1998 quase 9 mil profissionais, hoje, já são cerca de 14 mil farmacêuticos, ou seja, um aumento de 41%”, diz ela.

Essa evolução do setor se deve a vários fatores. O mais importante, talvez, seja a conscientização de profissionais da área de saúde de que medicamentos manipulados oferecem benefícios que os industrializados não têm. Por exemplo, a associação de medicamentos em uma mesma fórmula (evitando que o paciente tome três ou quatro remédios diferentes); fornecimento de medicamentos que nem sempre existem no mercado industrializado; dose certa para a pessoa certa (só a farmácia de manipulação, sob prescrição, pode fornecer doses diferenciadas que atendem as necessidades individuais de cada paciente) e economia (o produto manipulado é prescrito na quantidade e dosagem exata para o tratamento, não há sobras).

Mais gente

Muitos profissionais de saúde, como médicos, dentistas e até veterinários já trabalham com medicamentos manipulados. Porém, este número poderia ser muito maior. A endocrinologista Karla Saggioro, por exemplo, receita a seus pacientes fórmulas associadas, ou seja, mais de um medicamento associado a um único comprimido. “Isso traz mais conforto ao paciente, e muitas vezes um resultado mais rápido e eficiente”, afirma, lembrando, porém, que “cada caso é um caso”.

A Bio Store Manipulação, antiga farmácia do O Boticário, hoje dirigida por Roberto Sato, ex-gerente nacional de marketing da divisão infantil da Nestlé, está trazendo um novo conceito em farmácia de manipulação. “Nossa idéia é estabelecer um relacionamento estreito com os médicos e profissionais de saúde, para que eles conheçam e confiem na qualidade dos produtos manipulados”, afirma.

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