Falta de quórum adia para abril assembléia de credores da Varig

Rio (ABr) – Por falta de quórum, foi adiada para o dia 5 de abril a assembléia de credores da Varig, que estava prevista para ontem. Das três classes de credores da companhia, compareceram apenas 9,6% dos representantes dos trabalhadores, o que inviabilizou a instalação da assembléia. Nas demais classes (com garantias e sem garantias), a participação foi de 100% e de 80,4%.

A direção da Varig lamentou o fato, mas demonstrou confiança em uma solução no dia 5 de abril próximo, ?mesmo sem quórum?. A empresa Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), formada por pilotos para negociar a compra e venda de ações da companhia, discordou do detalhamento do plano de reestruturação, aprovado por 97,5% dos credores da Varig no dia 23 de fevereiro.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio, informou que a TGV não concordou com o detalhamento profissional do plano de reestruturação e está lançando mão de vários instrumentos para alterar o que foi aprovado. Graziella Baggio disse que a TGV entrou com algumas petições na 8.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, tentando impugnar o detalhamento do plano.

Em razão de liminar concedida pela Justiça à TGV, o sindicato está impossibilitado de votar nas assembléias da Varig, informou Graziella. Ela compareceu à assembléia de ontem, mas não teve voz na discussão.

Durante a assembléia, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, sugeriu o nome da consultora Brascan para gestora dos fundos de investimento e participação que servirão de base à reorganização societária e financeira da empresa. Segundo Graziella, a proposta foi recebida com ?bastante impaciência? pelos credores, porque, até anteontem à noite, a instituição que estava sendo indicada era o Mellon Bank, e a alteração não foi discutida previamente entre Bottini e os credores.

A assembléia de 5 de abril vai decidir se ratifica o nome do gestor dos fundos de investimento e participação e investimento e da consultoria que fará a reestruturação da empresa, uma vez que os credores podem não acatar a sugestão do presidente da Varig, explicou a sindicalista.

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