Faep e Ocepar defendem a TEC do trigo

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Organização e Sindicato das Cooperativas do Estado, enviaram documento, ontem, ao presidente Lula, aos ministros da área econômica e ao Congresso Nacional, reivindicando a manutenção da regra da Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo. Para Ágide Meneguette, da Faep, e João Paulo Koslovski, da Ocepar, a TEC de 10% sobre o produto precisa ser mantida para evitar que, em momentos de alteração de preços, os produtores sejam prejudicados pela concorrência com produtos importados e subsidiados na origem.

Segundo os dirigentes, a reivindicação ocorre no momento em que a indústria se mobiliza e tenta eliminar a TEC sobre a importação do trigo, com o pretexto de reduzir o preço do produto importado fora do Mercosul. A maior preocupação é que a iniciativa da indústria acontece justamente quando os produtores de trigo iniciam a colheita de uma nova safra.

De acordo com o ofício, os produtores de trigo do Brasil sofreram prejuízos em três safras consecutivas – 2004, 2005 e 2006 – em conseqüência da falta de chuva e dos preços deprimidos pela política cambial. Para a Faep e a Ocepar, bem no momento em que se vislumbra preços melhores, não é justo que se busque novas formas de deprimi-los.

Com base em dados da Secretaria da Agricultura do Paraná, em 2003, o preço médio da saca de 60 quilos de trigo, no Estado, era de R$ 27,24. No ano seguinte, ficou em R$ 24,51. Em 2005, o preço médio do produto chegou a R$ 19,57. Em 2006, houve uma recuperação do preço, que ficou em R$ 21,37. Além de não atingir os patamares de 2003, ele permaneceu abaixo do preço mínimo de R$ 21,94. No mercado, o produtor brasileiro enfrenta a concorrência do trigo argentino, considerado inferior ao nacional. 

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