Exportador quer política do governo para o setor

Já convencidos que não há mecanismo que reverta a queda do dólar os exportadores vão pedir uma política governamental de comércio exterior no País no 27º Encontro Nacional de Comércio Exterior, que será realizado nos dias 23 e 24 de novembro no Hotel Glória, no Rio. O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, disse que o câmbio continua sendo um grave problema para os exportadores e a expectativa é de redução no saldo da balança em 2008, mas o que se vê à frente, no que diz respeito ao dólar, parece ainda pior do que na atualidade.

"Se os juros (Selic) se mantiverem neste patamar, sem novas quedas, a taxa de juros nos Estados Unidos cair e o Brasil atingir o grau de investimento, só vai piorar", admite Augusto de Castro. "A parada na queda dos juros atingiu o câmbio em cheio", disse.

Segundo ele, a questão do câmbio com certeza será abordada no encontro de exportadores, mas o alerta para a necessidade da formulação de uma política para o setor será o destaque. Para o vice-presidente da AEB, é uma ilusão acreditar que as exportações brasileiras vão bem apesar do câmbio, quando na verdade estão se sustentando nas elevadas cotações das commodities (matérias-primas). Segundo ele, o dólar já registrou 20% de queda somente do pico de agosto até hoje e, diante disso, "a impressão que se tem é que as empresas estão ficando filantrópicas, o lucro é secundário".

Diante da inevitável e difícil convivência com o dólar em queda persistente, a AEB quer uma política de governo para o comércio exterior brasileiro. Augusto de Castro disse que nunca houve uma política governamental para o setor no País e sim, como ocorre hoje, de ministérios, muitas vezes até mesmo conflitantes entre si.

Segundo ele, considerando a continuidade das "ótimas cotações" da soja e do petróleo registradas em 2007, as exportações brasileiras deverão crescer 6% em 2008, enquanto as importações devem aumentar 15%, levando o saldo da balança a recuar, no total do ano que vem, para US$ 30 bilhões, ante US$ 41,9 bilhões previstos para este ano.

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