Exportador ganha no dólar e perde em real

A valorização do real perante as moedas de circulação internacional continua impactando negativamente a receita das empresas exportadoras. No Paraná, em janeiro, as exportações cresceram 55,15% em dólar e 35,06% em euro em comparação a igual período do ano anterior. O acréscimo da receita em real para as empresas, no entanto, foi de apenas 28,73% no mesmo período.

?O crescimento em real não se dá na mesma proporção que as demais moedas em conseqüência da política cambial que mantém a moeda brasileira sobrevalorizada?, explica o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures.

Segundo ele, isso reforça a necessidade de uma alteração urgente no câmbio e também nas taxas de juros praticadas no mercado brasileiro, grande responsável pela manutenção da moeda em alta. ?As recentes medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional para conter a queda do dólar são insuficientes para reverter este quadro?, disse o presidente da Fiep.

Pela análise do departamento econômico da federação, em termos de média dos últimos 12 meses, as exportações paranaenses em janeiro foram recorde, chegando a US$ 1,059 bilhão. ?Se considerarmos o valor em reais, no entanto, o resultado que foi de R$ 2,026 bilhões é menor que o obtido no segundo semestre de 2004 e primeiro semestre de 2005, melhores períodos das exportações em reais?, explica Maurílio Schmitt, coordenador do departamento econômico da Fiep.

Importação

As importações continuam em expansão favorecidas pelo câmbio. Em janeiro deste ano as importações atingiram US$ 803 milhões, um aumento de 69,40% em comparação a janeiro de 2007 quando o Paraná importou US$ 474 milhões. Além de maior em volume e valores, as importações paranaenses também estão crescendo em diversificação e origem.

A China passou de sexto colocado em 2005 e 2006 para terceiro em 2007 e começa 2008 como o primeiro colocado. O valor importado daquele país atingiu US$ 103,7 milhões em janeiro contra US$ 48,3 em janeiro de 2007, com um aumento de 114,54%. US$ 48,5 milhões (46,7%) correspondem a máquinas e equipamentos e US$ 29 milhões (27,9%) a produtos químicos orgânicos, adubos e fertilizantes. As importações da Argentina também estão em ascensão: 125,62% em janeiro de 2008 contra janeiro de 2007, ocupando a segunda colocação neste último janeiro. A maior participação das importações daquele país é de veículos automotores, com US$ 38 milhões ou 38,8%.

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