Exportações puxam o crescimento da Perdigão

A Perdigão, empresa líder de vendas de resfriados e congelados no Paraná, deve encerrar o ano com faturamento de R$ 5,5 bilhões. O mercado externo, que deve responder por 55% a 60% do faturamento da empresa, é o grande filão que está contribuindo para o desempenho positivo. As informações foram divulgadas pelo presidente da Perdigão, Nildemar Secches, que esteve ontem em Curitiba participando da inauguração do novo Centro de Distribuição – um dos maiores e mais modernos da indústria, que vai abastecer todo o Estado.

“Somos líder de mercado no Paraná e queremos crescer, melhorar a qualidade dos serviços. O Estado é muito importante para nós”, explicou o diretor de Relações Institucionais da Perdigão, Ricardo Menezes. O novo Centro de Distribuição foi construído pela CRM Logística, um pool de investidores paranaenses, e exigiu investimentos de R$ 12,5 milhões. A empresa contratada para o novo centro é a Fribalog, sediada no Paraná, com capacidade para movimentar 10 mil toneladas/ mês de produtos refrigerados e congelados. Com a utilização de recursos tecnológicos de ponta, a meta é reduzir, significativamente, o tempo de carga, descarga, separação de pedidos e entrega.

“Com o novo centro, será possível fazer a entrega de produtos em menos de 24 horas após o pedido, para qualquer cidade do Paraná”, informou o presidente da empresa. Segundo ele, a nova logística não deverá reduzir os custos da empresa. “Haverá melhora na qualidade de serviços. O custo é igual ao de uma operação normal.” Segundo Ricardo Menezes, o novo Centro de Abastecimento possui outros dois módulos, capazes de triplicar a quantidade movimentada de produtos. A médio prazo, informou, o Paraná poderá estar abastecendo toda a Região Sul. “Quem tem a melhor logística tem pontos de entrega garantidos”, sentenciou Nildemar Secches, presidente da Perdigão.

Mercado externo

Para 2004, a expectativa é que o volume de produtos exportados pela Perdigão aumente em 20% em relação ao ano passado. Segundo Secches, um fato negativo para a empresa foi o fechamento da Rússia para o mercado brasileiro, destino de quase 70% da carne suína exportada. “Nossa expectativa é que ainda esta semana a gente volte a exportar para a Rússia”, afirmou.

Segundo ele, um país que tem sido a novidade no mercado de carnes – especialmente aves – é a Coréia, que detém grande potencial de compra: quase 200 mil toneladas por ano, supridas sobretudo pelos Estados Unidos. “Se fecharmos acordo com a Coréia, nos restaria ainda conquistar o mercado japonês e europeu em suínos”, apontou, lembrando que o Japão é hoje o maior comprador mundial de carne suína.

Para Nildemar Secches, o Brasil tem tudo para se tornar “o país número um de proteína de origem animal.” “O Brasil tem produtos com qualidade e preços competitivos”, apontou. Para fazer parte do concorrido mercado, o controle sanitário é um dos pré-requisitos exigidos.

Sobre o mercado interno, a previsão da Perdigão é de crescimento de 6% em relação ao ano passado, quando a base de comparação estava deprimida. “Este ano, aumentou o números de pessoas empregadas e a renda relativa da população”, apontou Secches. A Perdigão deve encerrar o ano com investimentos da ordem de quase R$ 100 milhões. Até setembro,serão investidos quase R$ 7 milhões no Paraná.

Investimento tem sido gradativo

A Perdigão chegou ao Paraná para atuar industrialmente em 2000, quando adquiriu 51% do capital da divisão de produtos cárneos da Batávia. Um ano mais tarde, comprou os restantes 49% e incorporou a empresa, preservando a marca Batavo. Desde a aquisição até hoje, a companhia investiu mais de R$ 43 milhões no complexo de Carambeí -sem contar o valor da compra. A soma foi aplicada no aumento da capacidade de produção e ampliação do parque agropecuário.

Para atender a demanda total da companhia, a Perdigão compra anualmente de produtores do Paraná cerca de 640 mil toneladas de milho e perto de 123 mil toneladas de soja, que são utilizadas na fabricação de ração para alimentação de seus plantéis de aves e suínos.

De janeiro a setembro, o complexo agroindustrial da companhia, em Carambeí, produziu 96,2 mil toneladas de alimentos – volume 22% superior aos registrado no mesmo período do ano passado. Desse total, cerca de 70% foram exportados, o que equivale a 14,6% das vendas externas totais da empresa em volumes, com destaque para frangos e perus. De janeiro a setembro, o faturamento da empresa no Estado superou a casa dos R$ 610 milhões. (LS)

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