MENOR IMPACTO AMBIENTAL

Eucalipto pode ser alternativa para produção de etanol

A casca, folhas e ponteiras do eucalipto poderá ser uma opção para a produção de etanol. O uso da planta como matéria-prima para a produção de combustível terá custo e rendimento semelhantes ao produzido com base na cana de açúcar, mas com um impacto ambiental menor.

A ideia de utilizar o combustível com origem nos resíduos do setor agroindustrial foi discutida nesta quinta-feira (4) durante o 2.ºI Encontro Nacional de Gestão de Resíduos e VI Reciclação Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia, que vai até esta sexta-feira (6) em Curitiba.

De acordo com o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, Sérgio Ávila Torquato, o combustível à base de eucalipto já estaria sendo produzido em fase experimental por usinas piloto em vários locais do País. A pesquisa inclui também o uso de resíduos de outras árvores e da palha e do bagaço da cana como material alternativo para a produção.

Segundo o pesquisador, a tendência é que em pouco tempo este tipo de etanol possa ser produzido em escala comercial. “Como a demanda por etanol é muito forte no Brasil, a tendência é que esse processo se acelere e possa produzir uma quantidade considerável de etanol em pouco tempo.”

Rendimento e custo

De acordo com Torquato, o rendimento e o custo de produção do combustível produzido a partir do eucalipto – se considerado o produto de segunda geração – é parecido com o da cana de açúcar. “Apenas se compararmos o processo como um todo, com os produtos de primeira e segunda geração entre as duas matérias-primas é possível sentir a diferença, que tende a ser reduzida com o aprimoramento do processo de produção.”

Outra vantagem oferecida pelo uso dos resíduos como matéria-prima seria a redução no impacto ambiental da produção do etanol. O pesquisador explica que o processo convencional de produção a partir da cana inclui queimadas da plantação ou o alto uso de diesel para a colheita mecanizada. “A ideia é aproveitar os resíduos da indústria para gerar combustível, utilizando o que antes seria jogado fora para gerar energia”.