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Etanol tende a ficar mais caro na safra 2011/2012

O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, avaliou hoje (02), em Ribeirão Preto (SP), que os preços do etanol deverão seguir firmes na safra 2011/2012 de cana-de-açúcar e em níveis mais altos que os da safra passada. O motivo é a restrição da oferta de cana e a consequente restrição no avanço da produção de etanol, em um cenário de crescimento da demanda pelo combustível “Com a oferta enxuta, deveremos ter uma maior estabilidade nos preços do etanol”, disse o secretário, à Agência Estado, durante o seminário Cana Invest.

O governo deve divulgar apenas entre abril e maio a primeira estimativa de produção de cana, etanol e açúcar na safra 2011/2012. Mas Bertone engrossa o coro do mercado e admite que a oferta de matéria prima e dos produtos ficará perto da estabilidade ante 2010/2011. “Apesar das chuvas que podem melhorar as lavouras, o cenário é de estabilidade”, afirmou.

O secretário de Produção e Agroenergia alertou ainda que a oferta de etanol está perto do limite neste final de entressafra, principalmente a do hidratado, utilizado nos veículos flex fuel. “Pelo menos o abastecimento de etanol anidro (misturado em 25% à gasolina) está garantido”, disse. Com o maior uso da gasolina em detrimento ao etanol, Bertone admite ainda problemas logísticos para operar essa troca no fornecimento de combustível por parte das distribuidoras. Nas entressafras passadas, algumas regiões brasileiras sofreram com problemas de desabastecimento de gasolina por conta do aumento da demanda pelo combustível.

O secretário de Produção e Agroenergia afirmou, também, que mesmo com a perspectiva de preços altos do etanol o governo está preparado para retomar as operações de financiamento de estocagem do álcool durante a safra, o que garantiria o abastecimento na entressafra. “Estamos prontos para esse financiamento, mas o governo trabalha para que os investimentos no aumento de produção sejam retomados, o que garantiria uma oferta segura”, disse. “Não podemos assistir passivamente uma frota flex rodando cada vez mais com gasolina”, concluiu Bertone.