O panorama da produção de grãos no Estado para a safra 2010/2011 ganha contornos cada vez mais reais com o avanço no plantio. Tanto que as estimativas dos órgãos oficiais convergem para números bem próximos.
Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram seus respectivos levantamentos. Pelos números da Conab, o Paraná terá uma área recorde de soja, plantando 4,6 milhões de hectares com a oleaginosa.
Isso representa mais do que a metade da área total que o Estado disponibilizará para a safra 2010/2011 – que ficará em 8,6 milhões de hectares. Isso reforça os indícios de que o Paraná ficará atrás do Mato Grosso na produção de grãos, já que o estado do Centro-Oeste deverá ter uma área plantada de 9,4 milhões de hectares.
“Ainda para a safra 2010/2011, a explicação para o nosso Estado perder posição para o Mato Grosso recai sobre os fatores climáticos. Mas a tendência é de que fiquemos em segundo lugar nas próximas safras pelo potencial de expansão territorial no Centro-Oeste ser muito maior”, compara o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), Otmar Hubner.
Como não poderia deixar de ser, se a soja ganhou espaço nas áreas agrícolas do Paraná, o milho perdeu, sobretudo, para a 1.ª safra que deve se limitar a uma área de 736,9 mil hectares, de acordo com o levantamento da Conab.
“É a menor área plantada de milho desde a década de 60. O produtor está optando pela soja, em partes, por preferir deixar para plantar o milho na safrinha. Aliás, ao que tudo indica boa parte da área destinada ao trigo na safra passada será substituída por milho safrinha nesta safra”, aposta Hubner, explicando que a tendência se deve a baixa liquidez e rentabilidade do trigo no mercado interno. “O preço pago neste ano não cobriu nem o custo operacional, infelizmente, por razões puramente comerciais”.
Produção nacional
A Conab acredita que a produção brasileira de grãos nesta safra chegará a 149,1 milhões de toneladas, queda de 0,1% ou 200 mil toneladas na comparação com a safra 2009/2010.
Contudo, o atual número reflete uma recuperação no ritmo do plantio, principalmente no Centro-Oeste. Já os números do IBGE dão conta de uma produção total de 145 milhões de toneladas, redução 5% em relação à safra passada. Essa diferença nos números se deve ao período em que os dois órgãos fizeram os respectivos levantamentos.