Estado registra recuo de 7,6% na produção industrial

A desaceleração prevista para a produção industrial do Paraná superou as expectativas no mês de outubro, com queda de 7,6% em relação a setembro, segundo o que revelou os números divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentre as regiões avaliadas na Produção Industrial Mensal (PIM), o Estado ficou na última colocação no ranking que mede o crescimento na comparação com o mês imediatamente anterior.

O recuo da produção industrial em relação a setembro interferiu, inclusive, nos índices que medem o acumulado do ano. Até setembro, o índice era de 18,2% de crescimento e, agora, baixou para 15,8%.

Foi a primeira taxa negativa desde setembro de 2009, quando o índice caiu 10,1% na comparação mensal. Em outubro, o Estado apresentou desempenho 2,8% inferior em relação ao mesmo mês do ano passado.

“No próximo mês, deve ser ainda mais forte a presença de percentuais negativos na PIM do Paraná e de todo o País, uma vez que partiremos de uma base de comparação mais alta, já que novembro do ano passado apontava uma consolidação da recuperação da economia”, esclarece o economista do IBGE, Fernando Abritta.

A evolução do índice brasileiro de produção industrial ao longo de 2010 confirma essa tendência. Enquanto no mês de março o Brasil mostrou um aumento de 20,02% na comparação com o mesmo mês de 2009, agora, a variação ficou 2,1% maior do que outubro de 2009.

Tanto que apenas quatro dos 14 locais pesquisados tiveram índice positivo na passagem de setembro para outubro. Destaque para a Bahia (alta de 5,4%) e o Espírito Santo (alta de 3,8%).

As taxas negativas mais relevantes na formação do índice nacional foram do Paraná (-7,6%) seguido pelo Ceará (-5,9%) e Goiás (-4,5%). No confronto com outubro de 2009, a produção industrial nacional registra avanço há doze meses, sendo a taxa de 2,1% a menor expansão do período. É importante observar que houve um dia útil a menos do em outubro de 2009.

Setor

No Paraná, seis dos 14 setores reduziram a produção. O setor de Edição, Impressão e Reprodução de Gravações foi quem mais impactou no recuo de 7,6% no PIM paranaense de outubro, com uma queda de 61,7%.

“É um setor muito volátil que produz por encomendas, como ele representa 8% da produção total do Paraná, acaba sendo bem representativo na formação do índice”, explica Abritta.

Dentro do grupo, os produtos que mais influenciaram na redução foram os livros, brochuras e impressões didáticas. Com menor intensidade, também diminuíram a produção os setores de Refino de Petróleo e Álcool (queda de 7,01%) e Produtos Químicos (queda de 20,03%).

Em contrapartida, o setor que produz, o setor de Veículos Automotores segue com altas sucessivas, em outubro cresceu 21,7% na comparação com setembro e, no ano, acumula nada menos do que 65% de incremento na produção.

Queda também nas vendas

As vendas industriais paranaenses tiveram em outubro uma redução de 0,55% em relação a setembro, em uma oscilação atípica para essa época, quando normalmente o segmento apresenta o maior índice de produção no ano.

Apesar do resultado, as indústrias do Estado fecharam os dez primeiros meses do ano com um aumento de 7,87% em suas vendas em relação a igual período de 2009.

E mesmo com a provável redução na atividade industrial em novembro e dezembro, a expectativa da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), responsável pelo levantamento, é que as vendas de 2010 superem as de 2008, até agora o melhor ano do setor no Estado.

O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, explica que, acompanhando a série histórica, era de se esperar um acréscimo da atividade sazonal da indústria no período pesquisado.

“Em geral, outubro apresenta crescimento fren,te a setembro porque a atividade industrial se encontra neste mês no seu maior nível”, afirma. Porém, em outubro passado foram registrados desempenhos negativos em dez dos 18 gêneros analisados.

A redução atingiu inclusive duas das três categorias que possuem maior participação relativa nas vendas industriais do Estado: produtos alimentícios e bebidas, com -1,77%, devido a uma menor demanda no período; e fabricação e montagem de veículos automotores, com -5,54%.