Esquema especial de segurança para o G-20

Melbourne (AE) – Uma enorme operação de segurança foi montada em torno do hotel Grand Hyatt, no centro de Melbourne, sede da reunião do G20 até amanhã. O principal temor das autoridades australianas é uma manifestação de protesto contra o evento programado para hoje, que segundo a imprensa local poderá reunir cerca de dez mil pessoas. Toda a área em torno do hotel, localizado na Collins Street, foi bloqueada com cercas metálicas e centenas de policiais fortemente armados, causando congestionamentos nas ruas centrais da cidade. Helicópteros sobrevoam a região durante todo o dia.

As autoridades suspeitam que alguns manifestantes poderão tentar ocupar prédios adjacentes ao hotel, muitos deles sedes de bancos e grandes empresas. A polícia disse que vai tentar táticas diferentes das utilizadas durante um encontro do fórum econômico mundial em Melbourne, em 2000, quando foi muito criticada por recorrer à violência contra os manifestantes.

Mas o chefe-assistente da polícia, Gary Jamieson, alertou que recorrerá, se necessário, à força para conter os manifestantes. ?Esperamos que eles entendam que podem protestar, mas dentro da lei?, disse. Pequenos grupos de manifestantes portando cartazes antiglobalização circularam no centro de Melbourne hoje, mas não houve sérios incidentes.

Stop G20

Os protestos, que incluem um carnaval e um festival de rua, estão sendo organizados principalmente pelo grupo ?Stop G20? composto por várias entidades anticapitalismo. Em sua página na internet, o grupo afirma que a reunião deste fim de semana será ?uma grande oportunidade para desafiar as políticas do G20 que forçam a globalização liderada pelas corporações, o neoliberalismo e capitalismo sobre a população e os ecossistemas do mundo, e para apresentar alternativas?.

Segundo o porta-voz do Stop G20, dezenas de milhares de pessoas participarão dos protestos, que deverão ser pacíficos. Mas a polícia teme que manifestantes adotem isoladamente táticas consideradas ilegais pela polícia. O forte esquema se segurança está provocando críticas entre os profissionais de imprensa que estão cobrindo o evento. Ao contrário de reuniões anteriores do G20, inclusive na China no ano passado, acesso dos jornalistas ao local do encontro é proibido, a menos que tenham uma entrevista marcada com alguma das autoridades presentes. Nesse caso, o jornalista pode ir ao hotel Grand Hyatt na hora determinada, mas sempre escoltado por um funcionário do governo australiano.

Samba

A reunião está atraindo uma enorme atenção nos meios de comunicação australianos. O jornal The Age, por exemplo, publicou ontem um caderno especial de 36 páginas sobre o evento, com um perfil de cada país do G20. Na página dedicada ao Brasil o jornal afirma que a economia brasileira se estabilizou nos últimos anos e está numa rota de recuperação. Mas ?o crescimento tem sido lento em comparação a outros emergentes?. A foto escolhida para ilustrar a página dedicada ao país mostra uma escola de samba desfilando no carnaval do Rio de Janeiro.

Voltar ao topo