Energia mais barata não beneficia o consumidor

São Paulo

– Aredução de 15,4% no preço da energia vendida por Itaipu deverá ter um impacto sobre a tarifa final para o consumidor bem menor que os 4% previstos pelo governo. Levantamento feito pelo Departamento de Pesquisas do Unibanco indica que a queda será de apenas 1,1%, em média. Segundo o analista da instituição, Sérgio Tamashiro, a diferença está na participação da energia de Itaipu sobre a capacidade nacional, que não representa mais 25% da energia produzida no País, mas 18%. Ele explica que hoje a capacidade instalada está em cerca de 70 mil megawatts (MW) enquanto a de Itaipu, permanece em 12 mil MW.

O diretor da hidrelétrica, Rubens Guillard, explica que a conta foi baseada na participação da energia no mercado atendido pela usina nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. De toda energia consumida nessa área, Itaipu corresponde a 34%. Tamashiro, no entanto, afirma que o governo apenas está levando em conta a participação de Itaipu na energia comprada pelas distribuidoras. “Mas é preciso avaliar um outro aspecto: o quanto a energia comprada de Itaipu representa no custo total da empresa.”

Segundo ele, considerando os dois itens, o impacto da redução do preço da eletricidade de Itaipu sobre a tarifa da Eletropaulo Metropolitana, por exemplo, seria de 2,1%. Já a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a queda seria de 1,8%.

Guillard, da Itaipu, afirma que a redução no preço da energia somente foi possível porque a hidrelétrica terminará de pagar em dezembro dívidas vencidas, que começou a quitar em 1997. No total, foram US$ 400 milhões, sendo US$ 150 milhões pagos apenas neste ano. “Isso significa que a partir de 2003 teremos essa folga nas contas da empresa.”

Voltar ao topo