Desenvolvimento

Energia e transporte em discussão em Curitiba

Fazer uma viagem de trem de Curitiba a São Paulo em apenas 100 minutos. Essa foi uma das idéias apresentadas durante o ciclo de palestas “Trilhas do Futuro”, realizado pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), nesta segunda e terça-feira. Na ocasião, também foram debatidos o metrô urbano e a implantação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Segundo o engenheiro Jurimar Cavichiolo, um dos palestrantes do evento, a intenção do encontro é apresentar soluções para o problema de transporte de passageiros e de produtos de alto valor agregado.

De acordo com o engenheiro, seria necessário um investimento de cerca de R$ 3 bilhões para implantar o sistema. “Precisamos procurar um modal de transporte moderno”, afirma. Segundo ele, o “trem-bala” brasileiro pode atingir 360 quilômetros por hora e chegar a transportar 40 mil pessoas por ano.

Para Cavichiolo, a implantação de sistemas de trens de alta velocidade pode significar uma economia de três vezes o valor gasto para manter o transporte rodoviário, e seis vezes o gasto com o transporte aéreo.

“Com esse sistema de transporte, que poderia ser construído num prazo de cinco anos, não haveria problemas com acidentes e o governo poderia economizar os recursos aplicados nessa área”, afirma. Segundo Cavichiolo, o desafio é tornar a viagem acessível para a população.

O secretário nacional de transportes terrestres do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, que esteve no evento, disse que o momento é propício para investir em infra-estrutura de transporte na região sul.

“Cuidar de outras regiões, que realmente carecem de recursos devido ao baixo rendimento das populações, foi um erro estratégico. A idéia era diminuir a desigualdade. Mas muitas coisas que fazem parte da riqueza do País vem do sul e sudeste”, diz.

Segundo o presidente do IEP, Luiz Cláudio Mehl, os investimentos em geração de energia e estrutura de transporte e logística são importantes porque contribuem para a amenizar problemas indiretos.

“O mundo está preocupado com a fome, com a insuficiente produção de alimentos e com a distribuição da riqueza. Esses problemas só poderão ser solucionados se forem investidos recursos na estrutura que possibilita o desenvolvimento”, pondera.

Para Luiz Mehl, assim como na logística, investimentos em geração de energia são essenciais para o desenvolvimento. Segundo ele, existem 300 PCHs no Brasil, e apenas três no Paraná. “Temos 27 projetos no papel e estamos deixando de evoluir por causa de políticas de governo”, afirma.

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