Mesmo num quadro de persistente queda do dólar durante todo o ano de 2005, favorecendo a saída de brasileiros para o exterior, o turismo no Brasil vem se destacando como importante fonte geradora de empregos e de receita obtida com turistas estrangeiros, que deverá atingir níveis recordes até o final do ano. A avaliação consta da oitava edição do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo – apresentado ontem pelo ministro do Turismo, Valfrido Mares Guia, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a partir de informações dos principais executivos de empresas do setor, e de números divulgados pelo Banco Central, Infraero e Embratur.
O boletim traz os prognósticos da Embratur para a receita cambial do turismo neste ano: US$ 4 bilhões contra US$ 3,2 bilhões no ano passado, o que aponta um crescimento de quase 25%. Já os desembarques em vôos internacionais devem saltar dos 6,1 milhões em 2004 para 7 milhões neste ano. A FGV, ao analisar os impactos da economia sobre o turismo, constata que são ?animadores? os resultados das pesquisas nos vários segmentos, uma vez que há indicação de contratações em todos eles e o faturamento é apontado como crescente ou estável em relação a 2004.
A pesquisa da FGV avalia o trimestre de julho a setembro e confirma o otimismo dos empresários verificado em períodos anteriores. Foram ouvidas 946 empresas dos segmentos de hotelaria, operadoras, agências de viagem, eventos, restaurantes e turismo receptivo, em 23 estados. Juntas, essas empresas tiveram uma receita de R$ 1,05 bilhão no trimestre e acumulavam 33.961 postos de trabalho em outubro. A expectativa dos consultados é de um faturamento anual de R$ 4,2 bilhões.
Empregos
De acordo com o boletim, as agências de viagem, hotelaria e restaurantes são os segmentos que mais devem contratar. No entanto, todos os pesquisados têm expectativa positiva sobre aumento no quadro de pessoal em 2006. Após dois trimestres de queda, o turismo receptivo indicou crescimento de julho a setembro, sendo Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Portugal os principais mercados emissores de turistas para o Brasil.
O setor de eventos aponta pouco crescimento no terceiro trimestre do ano, mas revela otimismo sobre os negócios a serem concretizados em 2006. Já 51% dos pesquisados no segmento das operadoras apontaram expansão nas vendas no trimestre e estimam um crescimento médio de 16,2% no ano, em relação a 2004.
A Fundação Getúlio Vargas, por meio do Núcleo de Estudos Avançados em Turismo e Hotelaria, pesquisa o setor desde o último trimestre de 2003, a pedido do MTur e Embratur. A pesquisa ouve os principais executivos dos seis segmentos mais importantes para a atividade econômica sobre o momento atual dos negócios, o trimestre imediatamente anterior e o posterior. O Boletim de Desempenho Econômico do Turismo apresenta a análise qualitativa do setor, a partir da percepção do mercado sobre o tema das perguntas. As informações do 8.º Boletim são de empresários ouvidos entre os dias 4 de outubro e 13 de novembro.