Emprego no setor cultural mostra predomínio de jovens, aponta IBGE

Rio de Janeiro – A população jovem predomina no mercado cultural no Brasil. Essa é uma das características identificadas no estudo Sistemas de Informações e Indicadores Culturais referente ao período de 2003 a 2005, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o gerente de Emprego e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, o predomínio dos jovens na atividade cultural acarreta um rendimento financeiro menor, "porque eles têm uma entrada no mercado de trabalho com um rendimento mais baixo?.

Segundo ele, outra característica é que o setor cultural tem uma organização maior, pois o número de pessoas com carteira assinada no setor supera o da população ocupada.

Em 2006, os empregados do setor com carteira assinada representavam um terço dos ocupados no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

?Por outro lado, há um contingente de trabalhadores por conta própria bastante elevado nessa área também?, ponderou Azeredo.

O IBGE também aponta que o rendimento é mais baixo em alguns estados do país, principalmente os do Nordeste.

A informalidade e o baixo nível de organização poderiam  explicar a remuneração mais baixa nessa região, segundo o técnico do IBGE. ?Os serviços são mais baratos e, conseqüentemente, no cômputo geral, haverá rendimentos mais baixos?.

Azeredo destacou que, ao contrário do que ocorre em relação ao rendimento das pessoas ocupadas como um todo, ?sempre menor no Rio de Janeiro que em São Paulo?, no setor cultural há uma inversão. ?O rendimento é mais alto no Rio, mostrando que o setor é mais próspero em relação a São Paulo?.

De acordo com ele, em 2006, o rendimento médio no setor cultural no Rio era de R$ 1.122 ante R$ 1.098 em São Paulo. A média geral no país era de R$ 846, chegando a R$ 586 na Bahia.

Tanto no Rio como na Bahia, a remuneração média dos trabalhadores do setor cultural superava o recebido pela população ocupada total nas respectivas regiões.

As informações se baseiam em dados da Pnad. De acordo com o estudo, do total de 89,3 milhões de pessoas com até 24 anos de idade que trabalhavam no país em 2006, cerca de 4,2 milhões exerciam  atividades vinculadas à cultura. Esse foi um dos setores em que o IBGE registrou aumento expressivo do emprego.

?A Pnad mostra que nas ocupações que se concentram nos setores culturais o emprego cresce 5,4%, enquanto na população ocupada toda cresceu 2,4%. Cresceu mais que o dobro, em termos percentuais?, afirmou o pesquisador. Em 2006, 4,8% do total de pessoas ocupadas estavam relacionadas a atividades culturais.

A região Sudeste apresentou a maior proporção de pessoas ocupadas em cultura (5,7%). A menor proporção foi identificada na região Norte (3,2%).

Voltar ao topo