Emprego no Paraná desacelera em maio

O nível de emprego voltou a desacelerar no Paraná no mês de maio. Foram 15.674 vagas criadas este ano, contra 25.101 geradas no mesmo mês do ano passado. Com o nível de crescimento de 0,88% no emprego formal, foi o pior maio desde 1998, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)/Ministério do Trabalho, divulgadas ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR). Com o resultado de maio, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Estado é de aproximadamente 1,778 milhão.

?O mês de maio, juntamente com abril, costuma ser o de maior geração de empregos no Paraná, devido à sazonalidade – especialmente a agricultura?, observou o técnico do Dieese-PR, economista Cid Cordeiro. Abril, de fato, apresentou crescimento superior, inclusive, a abril do ano passado – foram 24.078 vagas este ano contra 22.450 no ano passado. Já o resultado de maio, apontou Cordeiro, voltou a confirmar a tendência de desaceleração no emprego em 2005.

Segundo o economista, o mau desempenho no mês é atribuído especialmente à agricultura e à indústria de alimentos. O saldo de empregos gerados na agricultura, apontou, caiu de 8 mil em maio de 2003, para 5 mil no ano passado e 4,4 mil este ano. Na indústria de alimentos, o número de empregos caiu de 5,2 mil (maio de 2004) para 3,8 mil (maio deste ano). ?A questão climática, a quebra de safra, o aumento do custo de produção e os preços agrícolas baixos descapitalizaram os agricultores e afetaram a contratação de mão-de-obra?, explicou.

Apesar do saldo de empregos menor, a agricultura e a indústria de alimentos foram as que mais empregaram no Paraná, seguidas pelo comércio varejista (2.513 vagas), hotéis e restaurantes (1.884) e construção civil (939). Em queda, destaque para o setor de madeira e mobiliário, que apresentou saldo negativo de 1.634 vagas, e a mecânica (-80).

No ano

No acumulado de janeiro a maio, foram criados no Paraná 67.628 empregos, a maior parte deles (72,5%) no interior do Estado. No mesmo período do ano passado, o saldo de empregos foi maior: 82.514 vagas. Para Cid Cordeiro, os cinco primeiros meses devem sinalizar o que vai marcar o ano. ?Devemos ter uma geração de empregos menor em 2005 do que foi 2004?, apontou. No ano passado, o Paraná gerou 123 mil empregos de janeiro a dezembro. Este ano, acredita ele, deve fechar em 100 mil. Entre os setores que mais empregaram nos primeiros cinco meses do ano, destaque para a indústria de alimentos (15.485 vagas), agricultura e silvicultura (9.612), comércio varejista (7.633) e outros serviços (5.872).

Grande Curitiba

Na Grande Curitiba, a desaceleração do emprego está sendo sentida, mas de forma menos intensa, especialmente por ser menos afetada pela agricultura. Em maio, o nível do emprego formal registrou crescimento de 0,65%, com a geração de 4.405 vagas – abaixo dos 6.237 registrados em maio do ano passado, mas acima dos números de 2002 e 2003.

Na comparação entre nove regiões metropolitanas pesquisadas pelo Ministério do Trabalho, a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) ficou na segunda posição em maio – atrás apenas de Belo Horizonte, que registrou crescimento de 0,72%.

No acumulado do ano (janeiro a maio), a RMC gerou 18.625 vagas – pouco abaixo dos 19.567 registrados no mesmo período do ano passado, mas bem acima de todo o período histórico (desde 1992). Os setores que mais empregaram no mês foram hotéis e restaurantes (1.068 vagas), serviços em geral (806) e comércio varejista (722). No ano, destaque para o setor de serviços em geral (3.716 vagas) e comércio varejista (2.549).

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