Emprego na indústria desacelera em maio

O emprego industrial no Paraná prossegue com o freio de mão puxado. Conforme pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR) e a Federação dos Trabalhadores na Indústria do Paraná (Fetiep), o saldo de empregos na indústria do Paraná em maio foi de 3.908 vagas – quase 60% menos que em igual mês do ano passado, quando o saldo foi de 9.666 vagas. Com crescimento de 0,78% no nível de emprego, foi o pior maio desde 2001.

?Está havendo desaquecimento da economia, tanto por conta da política econômica, que privilegia os juros altos, como pela questão cambial, que afeta as exportações?, analisou o economista do Dieese-PR, Sandro Silva. Em maio, quase 81% dos empregos foram gerados no interior do Estado.

Os setores que puxaram o nível de emprego foram a indústria de alimentos, bebidas e álcool etílico, com 3.816 vagas – por conta especialmente da produção de álcool e refino de açúcar -, indústria têxtil (708), indústria química (317) e de material elétrico e de comunicação (185). Uma das principais contribuições negativas veio da indústria da madeira e do mobiliário, com queda de 1.634 vagas em maio. O resultado negativo se deve à alta do dólar, que tirou a competitividade da madeira paranaense no mercado externo.

No acumulado do ano (janeiro a maio), o nível de emprego na indústria paranaense cresceu 5,15% – o quinto melhor desempenho do País, e acima da média nacional, que ficou em 3%. De acordo com Sandro Silva, o bom resultado se deve à sazonalidade da agroindústria. No ano, o saldo de empregos é de 24.569 vagas – quase 83% delas foram abertas no interior do Estado.

Entre os setores que mais empregaram no ano, destaque para a indústria de alimentos, bebidas e álcool etílico, com 15.485 vagas, seguida pela indústria têxtil (2.665), indústria de material de transporte / montadoras (1.607) e indústria de material elétrico e de comunicações (1.454). Mais uma vez, o único setor com números negativos foi o de madeira e mobiliário, com queda de 629 vagas.

No período que vai de janeiro a maio, uma das grandes influências no emprego industrial é a agroindústria. Do total de 24.569 empregos gerados, 14.728 foram em áreas ligadas à agroindústria. Os setores com maiores destaques foram fabricação e refino de açúcar (8.092 vagas), produção de álcool (3.474) e abate e preparação de produtos de carne e pescado (3.106). Na outra ponta aparece a fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trancado, com queda de 1.179 no saldo de empregos.

Produção

A produção industrial do Paraná em maio registrou uma alta de 6,01% sobre abril. Na comparação com igual mês do ano passado, o crescimento foi de 13,44% e, no acumulado do ano, aumento de 6,54% – crescimento superior à média nacional, que foi de 4,42%.

Em maio, as atividades que se destacaram na produção industrial foram o refino de petróleo e álcool, com crescimento de 87%; edição, impressão e reprodução de gravações (42,59%) e veículos automotores 30,51%. Já os setores que apresentaram queda na produção industrial foram: outros produtos químicos (entre eles, fertilizantes), com queda de quase 40% na produção, além de madeira (-7,7%).

No acumulado do ano, os setores que registraram maior crescimento na produção foram: veículos automotores (alta de 37,55%), edição, impressão e reprodução de gravações (34,16%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,53%). Com queda na produção industrial, destaque para outros produtos químicos (-30,8%), borracha e plástico (-7,5%) e madeira (-5,8%).

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