Emprego industrial teve queda de 3,3%

O emprego na indústria do Paraná registrou em fevereiro queda de 3,3% na comparação com igual mês do ano passado. Foi o sétimo resultado negativo, influenciado sobretudo pelo setor de madeira, que apresentou queda de 25,4%. Ao todo, onze dos 18 setores pesquisados no Estado tiveram redução no nível de emprego. Em nível nacional, houve queda de 0,8% na comparação com fevereiro do ano passado e leve alta de 0,5% na comparação com janeiro. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

?No Paraná, o ambiente é bastante negativo para a produção industrial (são oito meses seguidos de queda). Não há como o mercado de trabalho não sentir o reflexo disso?, ponderou o economista André Macedo, da Coordenação da Indústria do IBGE. ?Os setores que puxam para baixo o indicador de emprego são os mesmos que apresentam queda na produção?, acrescentou.

Além da madeira – que vem sofrendo os efeitos do câmbio, o que não tem favorecido a colocação do produto nacional no mercado externo -, outros setores que apresentaram desempenho negativo em fevereiro foram vestuário (queda de 8,8%) – influenciado também pela questão cambial -, máquinas e equipamentos (-8,5%) e outros produtos da indústria de transformação (-8,3%). Na outra ponta, os setores que mais empregaram foram o de fumo (crescimento de 44,8%), calçados e couro (12,6%) e produtos de metal (5,6%).

O Paraná, porém, não ficou isolado no desempenho negativo. Dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, nove apresentaram recuo no nível de emprego, com destaque para o Rio Grande do Sul (-9,0%), que sofreu com a queda do setor de calçados e artigos de couros (-23,2%). Também a região Nordeste (-2,7%) perdeu com o ramo de alimentos e bebidas (-5,4%) e Santa Catarina (-3,6%) apresentou recuo no setor de madeira (-13,5%).

Em nível setorial, 13 das 18 atividades apresentaram resultados negativos, sendo que as principais contribuições vieram de calçados e artigos de couro (-14,2%), máquinas e equipamentos (-8,4%) e madeira (-14,3%).

Folha de pagamento

Com relação à folha de pagamento real, houve queda de 6,1% no Paraná e de 2,1% em nível nacional, na comparação com fevereiro do ano passado. Os setores que registraram as maiores quedas foram madeira (-19,5%), vestuário (-11,7%), alimentos e bebidas (-9,8%), máquinas e equipamentos (-12%), papel e gráfica (-12,2%). Das 18 atividades pesquisadas pelo IBGE, nove se apresentaram com sinais negativos.

Em nível nacional, a folha de pagamento caiu em seis das 14 regiões pesquisadas. O principal impacto negativo veio do Rio Grande do Sul, onde houve queda de 8,1%.

No ano, a folha de pagamento acumula queda de 5,5% no Paraná. Os principais impactos negativos vieram do setor de madeira (-20,7%), vestuário (-13,33%), alimentos e bebidas (-11,3%), máquinas e equipamentos (-9,0%) e papel e gráfica (-6,1%). Das 18 atividades industriais, nove apresentaram recuo neste tipo de comparação.

Benefícios para quem contratar maiores de 45 anos

A proposta que cria o Programa Nacional de Estímulo ao Emprego de Trabalhadores Experientes (PNETE) foi aprovada ontem, no Plenário do Senado Federal. O Projeto de Lei 126/2005, de autoria do senador Paulo Paim, tem a finalidade de incentivar as empresas a contratarem trabalhadores com mais de 45 anos de idade.

De acordo com a justificativa, os empregadores que contratarem trabalhadores com mais de 45 anos fariam jus ao recebimento de subvenção econômica correspondente a até seis parcelas de R$ 200,00 ou R$ 100,00 por emprego gerado, conforme a renda ou faturamento do empregador no ano-calendário anterior.

Segundo o senador Paulo Paim, a taxa de desemprego entre os trabalhadores mais velhos ou ?experientes? tem sido a que mais cresce no País. ?É fundamental que cada vez mais tenhamos no Brasil políticas públicas voltadas para esse setor da sociedade?, diz.

Entre 1993 e 2002, as taxas de desemprego relativas aos grupos de trabalhadores nas faixas etárias 15-17 anos e 18-24 anos de idade aumentaram 34% e 39%, respectivamente. No mesmo período, as taxas relativas às faixas etárias 40-49 anos e 50-59 anos cresceram 75% e 68%, respectivamente. No conjunto, cerca de 20% dos desempregados têm entre 40 e 59 anos de idade.

 

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