Emergentes em risco de desequilíbrio

A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirma que os problemas das maiores economias do planeta aumentam os riscos de uma reversão da tendência de crescimento mundial. Em relatório divulgado ontem, a agência afirma que pelo menos metade da redução dos spreads dos títulos da dívida dos países emergentes – que indicam a taxa de risco-país – desde 2000 foi provocada pelos baixos juros americanos e pelo apetite por risco dos investidores globais.

Para agência, esse comportamento dos investidores sinaliza que uma virada do mercado para pior poderia ?rápida e concretamente? ter impacto no acesso dos ?emergentes? aos mercado internacional de capitais.

No entanto, a Fitch reconheceu que as economias dos países emergentes como um todo estão com melhores fundamentos e em melhores condições para absorver ?qualquer choque no crescimento global?.

?Os fundamentos de crédito do mercado emergente, sem dúvida, melhoraram nos últimos anos, mas ainda permanecem vulneráveis às oscilações dos mercados financeiros globais.

Os US$ 2,3 trilhões de reservas internacionais mantidas pelos bancos centrais dos emergentes – comparado com cerca de US$ 700 bilhões ao fim de 1997 – compraram um bocado, embora a um preço bastante alto, de proteção contra choques dos mercados?, afirma Paul Rawkins, diretor-sênior da Fitch para títulos da dívida soberana. A agência cortou as projeções de crescimento para a zona do euro de 2% para 1,5% neste ano, enquanto mantiveram as expectativas de incremento do produto para as economias dos EUA, Japão e China.

?A economia global ainda deve crescer cerca de 3% neste ano. No entanto, os riscos de um ?hard landing? [desaceleração brusca do nível de atividade] estão crescendo na Europa, na medida em que as reformas econômicas são postergadas e os EUA não resolvem seu déficit?, disse Lionel Price, economista-chefe da Fitch.

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