Efeitos da crise foram generalizados no emprego, aponta IBGE

Os resultados de janeiro do mercado de trabalho industrial mostraram um aprofundamento dos efeitos da crise sobre o emprego e a renda no setor, segundo o técnico da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Ele observou que esses efeitos foram generalizados, com amplo impacto nas regiões e setores pesquisados.

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (12) que o emprego industrial caiu 1,3% em janeiro ante dezembro. Foi o quarto resultado negativo consecutivo apurado pelo instituto nessa base de comparação. Ante janeiro do ano passado, o emprego recuou 2,5%, na segunda taxa negativa consecutiva ante igual mês de ano anterior e na maior queda da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001.

Macedo destacou que segmentos que vinham mostrando trajetória descendente, mas resultados ainda positivos no emprego até dezembro, como meios de transporte (inclui indústria automotiva) e máquinas e equipamentos, inverteram o sinal em janeiro, reduzindo vagas. Segundo ele, por causa da piora no quadro desses segmentos, houve uma “intensificação” na redução do emprego, da renda e das horas pagas na indústria em janeiro.

Para Macedo, os dados do mercado de trabalho industrial “não foram nada favoráveis, mas estão bem alinhados com o que foi observado na atividade industrial”. Ele acrescentou que “dada a intensidade da queda na produção, esse efeito no emprego já era esperado”. O técnico ressalta que o IBGE não faz projeções, mas admite que os resultados dos índices de média móvel trimestral do emprego, das horas pagas e da renda, todos negativos, e o recuo no número de horas pagas apontam uma tendência negativa para a ocupação industrial.