Duas novas plataformas até o fim do ano

Até o fim do ano, a Petrobras colocará em operação mais duas plataformas marítimas de produção de petróleo na Bacia de Campos (RJ). As duas unidades vão promover um acréscimo de 440 mil barris à produção diária da estatal deste ano – o que representa quase 20% da produção total no Brasil e no exterior (2.291.002 divulgados), de acordo com dados divulgados até agosto.

Das duas plataformas, a FPSO Presidente JK (P-34) irá para o Campo de Jubarte, litoral sul do Espírito Santo, e operará a partir de novembro com capacidade para produzir até 60 mil barris de petróleo por dia. A outra, chamada de FPSO Cidade do Rio de Janeiro, irá para o campo de Espadarte, na Bacia de Campos (RJ), e produzirá até 100 mil barris por dia – esta será instalada até dezembro.

A Petrobras explicou que o cálculo do acréscimo na produção é baseado na soma das capacidades das novas plataformas às atuais. A produção das duas plataformas que serão instaladas será adicionada às da plataforma P-50 – que tem capacidade de produção de 180 mil barris por dia e foi instalada em abril no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos – e à da FPSO Capixaba, com capacidade para 100 mil barris por dia e que opera desde maio no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo. A Petrobras atingiu auto-suficiência em petróleo em fevereiro deste ano.

Obras

A Petrobras informou que as obras do Campo de Manati, na Bahia, já estão na fase de conclusão e a expectativa é de que já em meados de novembro o projeto entre em operação. Ontem, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, fez um sobrevôo na área do campo. Segundo a empresa, o estado já ocupa hoje o segundo lugar no ranking de produção de gás natural no Brasil. A oferta atual de gás na Bahia é de 5,2 milhões de metros cúbicos por dia. Com o início da produção do Campo de Manati, mais três milhões de metros cúbicos por dia serão adicionados à oferta do mercado ainda em 2006, atingindo a produção plena de seis milhões de metros cúbicos por dia a partir de março de 2007.

Queima de gás natural teve novo aumento em agosto

Rio (AE) – A Petrobras voltou a aumentar a queima de gás natural no mês de agosto, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foram desperdiçados 8,073 milhões de metros cúbicos diários, em julho, 5,946 milhões de metros cúbicos. Esse volume seria suficiente para a geração de até 2.000 MW médios de energia elétrica, caso o combustível fosse direcionado para as usinas térmicas.

A queima de agosto só fica abaixo da registrada em abril/maio de 2005, quando a estatal registrou a queima de cerca de 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. O gás queimado em agosto, se fosse aproveitado para a geração de eletricidade, seria suficiente para suprir cerca de um quarto do consumo da região sul, cuja carga está em torno de 8.000 MW médios e que está sendo parcialmente atendida por transferência de energia do sudeste, por causa da seca que atingiu a região.

O aumento na queima de gás natural geralmente ocorre às vésperas do início de operações de grandes plataformas de produção. A Petrobras está prevendo que a plataforma P-34 iniciará a operação na próxima semana, com cerca de 60 mil barris de óleo. Além disso, a empresa deverá ativar cinco novos na P-50, que está em operação no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, desde abril, com acréscimo de 50 mil barris diários nessa unidade. A produção de petróleo na bacia de Campos ocorre de forma associada ao gás natural, mas essas instalações foram desenvolvidas para aproveitar basicamente o óleo, queimando o gás.

Ainda segundo a ANP, a produção total de gás natural no Brasil em agosto somou 48,999 milhões de metros cúbicos diários, com aumento de apenas 0,93% em relação ao registrado em agosto do ano passado e abaixo dos 50 milhões de metros cúbicos diários. Do total produzido, 8,793 milhões foram reinjetados, para aproveitamento posterior, e outros 7,388 milhões de metros cúbicos foram utilizados pela própria Petrobras em suas unidades de produção (plataformas e refinarias). Com isso, o gás efetivamente disponível no mercado interno caiu para apenas 24,745 milhões de metros cúbicos, o que representa queda de 10,49% em relação ao observado em agosto do ano passado.

Bolívia assinará contrato de US$ 16 bilhões com Argentina

(AE) – Um contrato de exportação de US$ 16 bilhões para vender gás para a Argentina é o principal trunfo do governo da Bolívia no processo de nacionalização das reservas de petróleo e gás do país. O acordo será assinado na semana que vem e depois apresentado às petroleiras que já operam no país. ?Estamos dizendo: senhores, até 2026, vocês terão um grande mercado para abastecer. Portanto, novos investimentos serão remunerados?, afirmou ontem o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.

A idéia é seguir o modelo que foi aplicado quando a Bolívia assinou o contrato de exportações de gás para o Brasil: apresenta-se o comprador e depois as petroleiras vão atrás das reservas. Só que, agora, o Estado boliviano quer ter uma participação maior nas receitas. Os detalhes finais, como a remuneração de cada empresa e a parte que terá no novo contrato serão definidas nas próximas semanas, que, segundo o ministro, representam a ?reta final? das negociações.

O ministério já recebeu as auditorias feitas nos campos de petróleo do país, que vão definir qual será a remuneração de cada empresa, e começa a apresentar os resultados na semana que vem. O contrato com a Argentina prevê a exportação, por 20 anos, de até 27,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, que terão que ser descobertos, já que o país está em seu limite de produção.

As estatais boliviana YPFB e argentina Enarsa ficarão a cargo da construção de um gasoduto ligando os dois países e de uma planta de separação de gás em território boliviano. A planta vai produzir gás de cozinha, que será exportado. O preço do gás será de US$ 5 por milhão de BTU (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), reajustado segundo as variações internacionais dos preços do petróleo e derivados. Villegas não quis dar detalhes do andamento das negociações com as empresas.

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