Dólar volta à cotação de antes das eleições

O dólar comercial chegou ontem à menor cotação desde 17 de setembro do ano passado, época da reta final da corrida eleitoral. A moeda norte-americana recuou 0,3% e terminou o dia vendida a R$ 3,255 e comprada a R$ 3,250. Durante o dia, variou entre o mínimo de R$ 3,230 e o máximo de R$ 3,280.

Este é o sexto dia consecutivo de otimismo no mercado, devido a boas notícias no Brasil e no exterior. Ontem, por exemplo, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgou o índice de inflação da cidade de São Paulo em março. A taxa, de 0,67%, é a menor desde junho no ano passado, segundo dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. Esse é o menor índice desde junho de 2002 e também ficou aquém da expectativa da fundação.

Além disso, o Banco Central conseguiu renovar 100% da sua dívida em contratos de ??swap cambial?? com vencimentos em 1.º de abril de 2004, 15 de outubro de 2003, 1.º de julho de 2005 e 2 de janeiro de 2008, no total de US$ 921,6 milhões. O sucesso da operação é mais um sinal da confiança dos investidores.

??As recentes quedas do dólar são resultado das políticas fiscal e monetária adotadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, bem como da sua responsabilidade em relação aos contratos assumidos pela administração anterior??, afirma Mário Paiva, analista de câmbio da corretora Liquidez.

??O próximo passo para que o otimismo se consolide é a efetuação das reformas tributária e previdenciária. O mais provável é que o Brasil continue nessa trajetória de resgate da credibilidade aos olhos dos investidores internacionais.??

Guerra

Apesar de a Bolsa de Nova York operar em baixa por causa da divulgação de indicadores macroeconômicos fracos, o clima nos principais mercados de valores no exterior é de esperança de que a guerra ao Iraque termine logo – os Estados Unidos dizem que tropas da coalizão anglo-americana estão a 10 quilômetros da capital Bagdá – , com poucos prejuízos para as empresas e a economia mundial.

Risco Brasil

Mesmo com a guerra no Iraque e as dúvidas sobre as consequências do conflito na economia mundial, os estrangeiros continuam procurando diversificar seus investimentos. Esse movimento continua favorecendo a queda do risco Brasil e o avanço dos títulos brasileiros. Ontem à tarde o risco-país recuou 3,61% e se aproximou dos 900 pontos, operando com 934 pontos básicos.

O C-Bond, principal título da dívida soberana do Brasil, subia 1,15%, para 82,813% do seu valor de face. Quanto menor o risco país, menor é o prêmio pago a quem compra os papéis brasileiros.

A agência de risco Fitch melhorou hoje a avaliação de risco do Brasil, de negativa para estável. Isso indica que um rebaixamento do rating brasileiro está mais distante e que o país caminha para entrar na lista de países considerados atrativos para os investidores internacionais.

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