Dólar fecha em alta, com maior valor em três semanas

O dólar subiu pelo quarto dia e fez a festa dos exportadores, que faturam mais por vender a divisa por um valor elevado. A moeda fechou ontem em alta de 0,55%, cotada a R$ 2,723 – o maior preço em três semanas. Desde o início do ano, o real se deprecia, o que tende a tornar o produto brasileiro mais barato no exterior favorecendo os embarques dos exportadores. Nos últimos quatro dias, o dólar já acumulou uma alta de 2,5% no Brasil.

Ou seja, a situação agora é oposta à que ocorreu no mês passado, quando a moeda americana teve uma baixa de 2,4%, negociada por R$ 2,65, menor valor desde junho de 2002. Nesta semana, o dólar parou de cair frente ao euro e esboça uma reação do preço. A cotação no Brasil acompanha esse movimento.

Ontem o dólar chegou a subir até 1,18% na máxima de R$ 2,732. O Banco Central comprou divisas em leilão com taxa de R$ 2,721. Os exportadores aproveitaram essa alta e venderam suas divisas, o que elevou a oferta e ajudou a conter o avanço da cotação.

Foco nos EUA

Novamente, o mercado aguardou com ansiedade o número de vagas de emprego criadas nos EUA em dezembro, que sai nesta sexta-feira (7) às 11h30 (horário de Brasília). O dado deve firmar as apostas dos bancos sobre o rumo do juro americano. O Fed (Federal Reserve) se reúne dias 1 e 2 de fevereiro.

O indicador ("payroll", folha de pagamento) será divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA. O consenso do mercado é a criação de 175 mil vagas em dezembro, acima do número de novembro (112 mil).

Se o dado superar muito essa expectativa dos bancos, a aposta de uma alta agressiva do juro nos EUA vai ganhar força, provocando turbulências no mercado, com a reavaliação das carteiras de investimentos.

Previsão

Até a quinta-feira passada, o dólar perdia valor frente ao euro, que chegou a atingir o patamar recorde de US$ 1,36. Mas nesta semana, a moeda européia passou a cair, ficando abaixo de US$ 1,32 com a expectativa de que os EUA divulguem uma forte criação de vagas em dezembro, um indicador que selaria a aposta de novas altas dos juros pelo Fed e com potencial de derrubar os mercados revivendo o clima da chamada "sexta-feira negra".

Na segunda-feira passada, o boletim Focus com previsões do mercado apontou que os analistas esperam que o dólar chegue, no final deste mês, valendo R$ 2,75. No fim de 2004, a moeda chegou a alcançar a mínima de R$ 2,65, o menor valor desde junho de 2002. Há um mês, o BC começou a comprar divisas em leilões a fim de aproveitar a baixa cotação e engordar as reservas de moeda forte do País.

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