O dólar encerrou o último dia útil do ano em baixa de 0,85%, vendido a R$ 2,325, após três altas seguidas. Com o movimento de ontem, a divisa acumulou no ano desvalorização de 12,4% em relação ao real. A moeda norte-americana vem subindo consistentemente desde o início de dezembro, por conta das atuações do Banco Central, por meio de leilões praticamente diários de ?swap cambial reverso? e de compras no câmbio à vista.
O BC voltou a comprar dólares no mercado à vista no início de outubro, após mais de seis meses de jejum. Já os ?swaps cambiais? foram retomados no dia 18 de novembro, depois de ficar oito meses sem realizar este tipo de operação, que tem o efeito de uma compra de dólares no mercado futuro.
Na avaliação de Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros, se não fossem as atuações da autoridade monetária no câmbio, o dólar teria fechado 2005 ainda mais desvalorizado. Para se ter uma idéia, no ano, até 17 de novembro – um dia antes da retomada dos ?swaps cambiais? -, o dólar acumulava queda de 17,44%.
O recuo do risco Brasil, os ingressos de dólares no País por meio das exportações e os juros altos foram determinantes para a queda da moeda norte-americana em relação ao real neste ano.
O risco país brasileiro já encosta nos 300 pontos básicos. No final da tarde de ontem, registrava baixa de quase 1%, para 304 pontos – menor nível da história do índice, calculado desde abril de 1994 pelo JP Morgan.
Já a meta do governo brasileiro de exportar US$ 117 bilhões neste ano foi alcançada anteontem. Ou seja, foi superada quatro dias antes do fechamento da balança comercial de 2005.
O juro básico (Selic) do Brasil, por sua vez, se encontra em 18% ao ano, enquanto a taxa norte-americana está em 4,25% ao ano.
A queda do risco país e os juros altos no Brasil acabam atraindo o investidor estrangeiro que busca bons rendimentos. Com isso, aumentam as entradas de dólares no País.