Dólar cai 1,35% na semana da reeleição

O dólar acumulou queda de 1,35% na primeira semana de novembro, marcada pela reeleição tranqüila do presidente Bush, sem traumas nem batalha judicial como se temia ou especulava no mercado. Com isso, a moeda norte-americana interrompeu a seqüência de três semanas de alta. Nesta sexta-feira, a divisa operou sem tendência definida e encerrou praticamente estável, negociada a R$ 2,82 (+0,03%), após quatro dias consecutivos de baixa. Na semana passada, o dólar oscilou na casa de R$ 2,86. No ano, a queda acumulada soma 2,8%. Para se ter idéia, neste ano, o menor valor da moeda foi de R$ 2,79, alcançado em janeiro.

Toda vez que a cotação se aproxima dessa mínima o mercado reacende a discussão se o governo retomará as intervenções, suspensas em fevereiro. O objetivo dos leilões de compra de divisas era reforçar as reservas do País em moeda estrangeira, que estão em patamar baixo.

Mas esse tipo de operação ajuda também a pressionar a moeda, impedindo que as exportações do País sejam prejudicadas com o real muito valorizado. Foi o resultado recorde da balança comercial que “salvou a lavoura” neste ano. Devido ao “colchão” de dólares captados pelo comércio exterior, agências de avaliação de risco melhoraram em setembro a nota de crédito (“rating”) do Brasil.

Na semana que vem, os bancos vão operar com a expectativa em relação à reunião do Fed (Federal Reserve) na próxima quarta-feira (10). O consenso do mercado financeiro é de que o juro americano vai subir pela quarta vez consecutiva.

Nesta sexta-feira, cresceu a aposta de uma alta em dezembro, após ser divulgado que a criação de empregos cresceu no mês passado bem acima do esperado. A recuperação do mercado de trabalho é um sinal importante da forte retomada da maior economia do mundo. O juro mais elevado serve para esfriar o ritmo de crescimento, a fim de inibir inflação.

A relativa trégua do preço do petróleo – que foi negociado abaixo de US$ 50 – também ajudou a reduzir a percepção de risco nesta semana, após a divulgação do aumento dos estoques de óleo dos EUA e a definição da eleição americana.

Entre alguns analistas, há uma leitura de que os novos ataques no Iraque, ameaças da rede terrorista Al Qaeda e a situação geopolítica no Oriente Médio (o líder palestino Iasser Arafat está em coma) podem virar pretextos para um novo estresse no mercado de petróleo.

A Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo – encerrou a semana em baixa de 1,42%, movimento financeiro de R$ 1,244 bilhão em 23.541 pontos.

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