O superávit comercial (saldo positivo entre as exportações e as importações) brasileiro em maio alcançou o segundo melhor resultado mensal do ano. No entanto, caiu na comparação com o mês anterior. No mês passado, a balança comercial teve um superávit de US$ 3,452 bilhões, ou 10,9% menor que o saldo de US$ 3,876 bilhões registrado em abril.
Estudo da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior) divulgado na semana passada mostra que a queda do dólar – que tem sido negociado nos últimos dias por cerca de R$ 2,40 – já está reduzindo a base exportadora brasileira.
O desempenho da balança em maio é a diferença entre as exportações de US$ 9,819 bilhões e as importações de US$ 6,367 bilhões. Colaborou para esse resultado o desempenho da quarta e quinta semanas do mês: superávit de US$ 918 milhões e US$ 198 milhões, respectivamente.
Entre janeiro e maio, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 15,646 bilhões, um crescimento de 39,6% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 11,205 bilhões).
No acumulado do ano, as exportações somam US$ 43,472 bilhões e as importações, US$ 27,826 bilhões.
A entrada de dólares por conta das exportações faz com que a cotação da moeda norte-americana não consiga se sustentar em um patamar muito alto. Em tese, quando menos vale o dólar, pior para os exportadores, já que os produtos brasileiros ficam mais caros lá fora.
No entanto, essa é uma relação difícil de medir, já que muitos dos contratos de exportação são fechados com meses de antecedência, com uma taxa de câmbio diferente da atual.
Em 2004, a balança comercial registrou um superávit de US$ 33,696 bilhões, o que representa um crescimento de 35,9% em relação a 2003 (US$ 24,8 bilhões). É o maior saldo positivo da história do País e o segundo recorde anual consecutivo.
Para este ano, o mercado financeiro prevê um superávit comercial de US$ 35 bilhões. Se essa projeção for confirmada, será o terceiro ano seguido de recorde anual. Já a previsão do Banco Central é que a balança termine o ano com um saldo positivo de US$ 27 bilhões.
Importações
As importações apresentam um ritmo de crescimento superior ao das exportações na comparação do movimento diário.
A média diária das exportações – total vendido ao exterior por dia útil – em maio ficou em US$ 467,6 milhões, um crescimento de 23,6% na comparação com o mesmo mês de 2004. Em relação ao mês de abril, o aumento é de 1,6%. Já a média das importações é de US$ 303,2 milhões, um crescimento de 31,8% na comparação com maio do ano passado. Na comparação com abril, há um aumento de 13,9%.