Dólar abaixo de R$ 2,90; bolsa em queda

O dólar caiu pelo quarto dia seguido e fechou abaixo da marca dos R$ 2,90 pela primeira vez no mês. A moeda dos EUA recuou 0,37%, cotada a R$ 2,896, menor valor desde 27 de janeiro (R$ 2,87). Na semana, acumula baixa de 1,29%.

Segundo analistas, o real se valorizou com a queda do risco-Brasil para um nível inferior a 500 pontos, a previsão de novas captações externas e a ausência de leilões de compra de divisas pelo Banco Central. Havia a expectativa de que o BC realizasse uma intervenção no mercado quando a moeda ficasse abaixo de R$ 2,90.

A Bolsa de Valores de São Paulo, depois de uma alta intempestiva na terça-feira, voltou, ontem, ao normal. O fechamento se deu com queda de 0,58%, 23.063 pontos e movimento financeiro de R$ 1,161 bilhão.

“Com a queda do risco-País, as empresas e os bancos ficam atiçados a voltar a tomar empréstimos no exterior, pois os custos da operação ficam menores. Se a enxurrada de captações de janeiro se repetir agora, o fluxo positivo de recursos vai contribuir para a queda da cotação”, afirma o analista da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.

A empresa de engenharia e construção Norberto Odebrecht fechou uma emissão de US$ 150 milhões com bônus de cinco anos. A operação foi liderada pelo banco CSFB (Credit Suisse First Boston), que evitou comentar o assunto, a exemplo da empresa.

O discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Alan Greenspan, no Senado, reafirmou ontem as avaliações feitas anteontem durante o pronunciamento na Câmara dos Representantes (deputados), segundo o analista da Socopa.

Ou seja, os EUA devem manter a taxa de juros em 1% ao ano, a menor desde 1948, por mais um tempo, o que favorece a aplicação do capital estrangeiro em ativos dos mercados emergentes, como o Brasil.

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