Diminui otimismo sobre a evolução da economia

Brasília (AE) – Os empresários estão menos otimistas com a evolução dos negócios e da economia. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu de 55 pontos em abril para 52,9 pontos em julho, voltando ao nível de outubro de 2005. Pela metodologia da CNI, índices acima de 50 pontos indicam otimismo e abaixo de 50, pessimismo. O resultado de julho mostra que a expectativa ainda é positiva, mas em menor intensidade do que em abril.

O desânimo é maior entre as médias e pequenas empresas, setor em que o ICEI despencou de 53 para 50,6 pontos. Entre os grandes empresários a confiança permanece elevada, embora tenha tido uma leve queda, passando de 58,9 para 57,6 pontos.

?A redução do ICEI sugere que a retomada da economia brasileira será mais lenta que a esperada?, afirma o documento da CNI. Quando o otimismo está em baixa, os empresários tendem a investir menos, reduzindo a contribuição para um crescimento sustentado da economia. ?As pequenas e médias empresas ainda não reencontraram o caminho do crescimento e seus executivos demonstram baixas expectativas que isso ocorrerá nos próximos seis meses.?

O ICEI é formado a partir de seis questões em que o empresário avalia as condições atuais e indica as expectativas para os próximos seis meses. Essa análise é feita em relação à economia brasileira, ao setor de atividade e à própria empresa. A pesquisa ouviu 199 grandes empresas e 1.188 pequenas e médias entre os dias 3 e 19 de julho.

O indicador mostra que houve uma piora na percepção dos empresários em relação ao momento atual. O índice caiu de 45,1 pontos, em abril para 42,8 pontos, em julho. Desde janeiro de 2005 esse item permanece abaixo dos 50 pontos.

A CNI destaca a deterioração da situação atual dos negócios entre as pequenas e médias empresas. Neste segmento, o índice ficou em 40,1 pontos, o segundo menor dos últimos três anos, superando apenas o de julho de 2005, que foi de 39,7 pontos. ?Naquele mês, no entanto, o País vivenciava uma política monetária contracionista, com elevação dos juros, enquanto que, atualmente, acontece o inverso?, ressalta a CNI. Ou seja, a queda na taxa de juros básica da economia, a Selic, iniciada em setembro, pouco influenciou a avaliação que as pequenas e médias empresas fazem do atual quadro econômico.

No caso das grandes empresas, o índice ficou em 48 pontos. Embora não percebam melhora nas condições atuais dos negócios, os grandes empresários também não identificam uma piora.

As perspectivas para os próximos seis meses entre os pequenos e médios, embora estejam menos otimistas, ainda continuam positivas. O indicador caiu de 58,3 pontos, em abril para 55,8 pontos, em julho. O otimismo quanto ao futuro, entre os grandes empresários, não se alterou.

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