Dilma participa de evento para fiscalizar recursos do PAC

Quase dois meses depois da Operação João de Barro da Polícia Federal, que identificou desvio de recursos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou nesta terça-feira (13) do sorteio de 50 municípios que serão fiscalizados pela Controladoria-Geral da União (CGU). É a primeira vez, porém, que o programa vai se concentrar no raio X de recursos do PAC em saneamento e habitação.

Diante de uma platéia formada, em sua maioria, por novos analistas da CGU, Dilma garantiu que, ao contrário do divulgado, as obras do PAC estão andando no ritmo adequado e não privilegiam redutos políticos de aliados do governo. Ao final de seu discurso, a chefe da Casa Civil fez um apelo aos funcionários da Controladoria para que se empenhem na fiscalização das obras. “Com a colaboração dos senhores poderemos assegurar que esse rio corra no seu leito e não se desvie para outros fins”, insistiu.

Na avaliação de Dilma, as obras do PAC ganharão mais volume a partir de agora. “O PAC está com processo de alta execução”, disse. Ela admitiu, porém, que o governo precisa contar com “bons projetos e bem licitados” para não haver problemas. “Se o projeto não aparece, ficamos com meia parceria”, concordou o ministro das Cidades, Márcio Fortes.

Pelos números apresentados pelo ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, o programa de fiscalização já visitou 1.401 municípios desde 2003, fez auditoria sobre R$ 9,2 bilhões repassados pela União, o que resultou no afastamento de 1.785 agentes públicos federais por improbidade administrativa. “Há riscos envolvidos em toda a transferência de recursos para outros entes federativos”, comentou o ministro. Os 50 municípios que foram sorteados para a fiscalização da CGU, nas próximas duas semanas, têm mais de 500 mil habitantes. Detalhe: Minas Gerais, um dos principais alvos da Operação João de Barro, ficou fora do sorteio.

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