Dieese: ICV desacelera para 0,15% em maio

As despesas com transportes em maio sofreram uma queda de 1,14% e foram um dos principais responsáveis para que a inflação na capital paulista registrasse a sua menor taxa de aumento no ano. O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), fechou no mês passado com uma alta de 0,15%, mostrando uma desaceleração de 0,07 ponto porcentual na comparação com a variação média de 0,22% dos preços em abril, e confirma a ocorrência da menor alta dos preços no município.

Individualmente, a queda do grupo Transportes contribuiu com uma desaceleração de 0,18 ponto porcentual da inflação geral do paulistano. O recuo dos preços dentro do grupo foi determinado pela deflação de 8,21% no preço do álcool combustível e da redução de 1,35% no preço pago pelo litro da gasolina na ponta do consumidor. Por conta da deflação dos combustíveis, as despesas com a manutenção de veículos do consumidor paulistano ficaram 1,66% menores.

Os preços dos alimentos, considerados nos últimos anos como os principais responsáveis pela alta da inflação, em maio, subiram bem menos que em abril e ajudaram na desaceleração da inflação na cidade de São Paulo. De acordo com o levantamento do Dieese, o grupo composto pelos alimentos fechou o mês passado registrando uma alta de 0,33%, bem inferior à elevação de 0,99% apurada no mês anterior. A causa para esta forte desaceleração do ritmo de alta está baseada na queda de 0,08% nos preços dos itens da indústria alimentícia, e da menor variação de alta (0,11%) dos produtos in natura e semielaborados. A desaceleração só não foi maior porque os gastos com alimentação fora do domicílio subiram 1,55%.

Para a coordenadora do ICV Dieese, a economista Cornélia Nogueira Porto, a queda dos preços da indústria da alimentação foi provocada pela redução do preço do açúcar em 6,08%, já que os demais itens deste subgrupo apresentaram estabilidade. No subgrupo alimentos in natura e semielaborados, as maiores contribuições de baixa vieram dos legumes (14,72%), com destaque para o tomate com queda de 20,83%; hortaliças, 7,36% mais baratas, e frutas, com deflação de 1,68%. No subgrupo alimentação fora do domicílio, foram registrados aumentos de 2,19% nos preços das refeições e de 0,67% nos preços dos lanches.

Impostos (+2,22%) e condomínio (+2,47%) levaram o grupo Habitação a uma alta de 0,63%. Os demais subgrupos apresentaram taxas menores. A operação doméstica subiu 0,44% e a conservação aumentou 0,59%, puxados pelos aumentos de 2,08% dos serviços domésticos e pela alta de 1,21% nos preços dos materiais de construção civil.

De acordo com a economista do Dieese, o terceiro grupo que mais pressionou a inflação na capital paulista foi a Saúde, com alta de 0,45%. A contribuição deste grupo para a formação do ICV em maio foi de 0,06 ponto porcentual. Os contratos de assistência médica foram reajustados em 0,57%. Já os preços dos medicamentos e produtos farmacêuticos ficaram praticamente estáveis, com uma ligeira queda de 0,01%. O grupo Vestuário, já refletindo a mudança de temperatura, subiu 0,70% em maio. O grupo Equipamento Doméstico ficou estável, com uma pequena alta de 0,01%.

Voltar ao topo