Dia de poucos negócios com dólar

São Paulo  – A quarta-feira foi de negócios reduzidos e poucas oscilações no mercado de câmbio. O dólar oscilou em intervalos mínimos e acabou fechando praticamente estável (+0,03%), cotado a R$ 2,932 na compra e R$ 2,934 na venda. Os juros futuros voltaram a recuar, com o mercado à espera de novo afrouxamento da política monetária do Banco Central (BC).

Os raros momentos de agitação foram trazidos pela intensificação de rumores sobre a possibilidade de uma nova emissão soberana do Brasil. O C-Bond ameaçou voltar a subir, mas no final da tarde era negociado por 96,75% do seu valor de face, com baixa de 0,25%. O risco-país registrava estabilidade, aos 506 pontos-base.

Novas captações externas foram concluídas ontem, confirmando que as empresas estão conseguindo renegociar suas dívidas com facilidade. O Banco Votorantim captou US$ 120 milhões pelo prazo de três anos, depois de uma oferta inicial de US$ 50 milhões. A Brascan Imobiliária obteve US$ 40 milhões, por 18 meses, contra oferta inicial de US$ 30 milhões. Está em andamento ainda a operação da Petrobras para trazer ao país pelo menos US$ 500 milhões.

– A demanda surpreendeu positivamente, porque esta é a operação de prazo mais longo que o banco já fez. A liquidez internacional está muito alta, e os investidores querem continuar a aplicar recursos no Brasil. Por isso, as dívidas estão sendo renegociadas com as taxas nas mínimas históricas – disse Pedro Mollo, diretor da tesouraria do Banco Votorantim.

Segundo Mollo, os recursos captados ontem serão destinados a operações usuais do banco junto à sua clientela. Ele afirma que a expectativa no curto prazo deve ser mesmo de manutenção das captações externas, já que o risco-país se mantém nos menores patamares desde 1998.

Apesar do fluxo cambial ligeiramente positivo e da expectativa de ingressos expressivos de recursos ao País, o dólar não caiu por mais que alguns momentos. O Banco do Brasil, principal tomador de dólares nos últimos dias, absorveu aproximadamente US$ 100 milhões ontem no mercado à vista. Com isso, voltou a dificultar a baixa do dólar. Segundo operadores, as compras do BB em nome do Tesouro e do BC se intensificam à medida que o dólar ameaça cair abaixo de R$ 2,92.

Os juros futuros recuaram influenciados pela desaceleração da inflação. As taxas já vinham caindo com mais força desde a última semana, quando o governo divulgou dados econômicos evidenciando a baixa atividade econômica. Com a economia estagnada, o mercado voltou a apostar em incentivos à atividade. Ontem o destaque foi a divulgação do IPC-Fipe, que caiu de 0,63% para 0,27% entre outubro e novembro.

Todas as projeções negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro, que mostra as apostas para este mês, ficou em 16,77% ao ano, contra 16,85% do fechamento de ontem. A projeção mostra que é cada vez maior o grupo que aposta em um corte de 1 ponto percentual na taxa Selic neste mês. A taxa é hoje de 17,50% ao ano. O DI de julho, o mais negociado, recuou de 15,81% para 15,76% anuais.

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