Desemprego teve a pior taxa desde 2002

Rio – O mercado de trabalho piorou em maio, com aumento na taxa de desemprego e queda significativa na renda dos ocupados. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que a desocupação atingiu 12,8% no mês, a maior taxa desde março de 2002. A queda no rendimento médio dos trabalhadores também foi histórica: 14,7% em maio em relação a igual mês do ano passado, a menor renda apurada pelo instituto desde o início da série, em outubro de 2001.

O salário médio real  (descontada a inflação do período) encolheu R$ 145 em um ano. Este valor representa, hoje, mais da metade do salário mínimo em vigor no País, de R$ 240. Em maio do ano passado, a renda média do trabalhador atingia R$ 985,86 e, no mesmo mês deste ano, era de R$ 841. “Os trabalhadores estão perdendo o poder de barganha”, avalia o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira.

O levantamento do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País mostrou que não estão sendo criadas vagas suficientes para absorver o aumento na procura por emprego. Em maio, a ocupação cresceu 5,5% ante igual mês do ano passado, o que significa o acréscimo de 950 mil vagas.

Por outro lado, os desocupados (não trabalham mas procuram emprego) aumentaram 15,4% no período, com o ingresso de 360 mil pessoas na fila do emprego. Ou seja, mesmo com a abertura de novos postos, milhares de pessoas ainda ficaram sem ocupação.

Além disso, segundo Pereira, está ocorrendo uma desaceleração no ritmo da ocupação, enquanto a desocupação prossegue em trajetória ascendente. A informalidade também continua crescendo, com aumento de 6,9% no número de trabalhadores sem carteira assinada e de 8% nos que trabalham por conta própria em maio contra igual mês de 2002. O emprego com carteira cresceu em taxa bem inferior (3,2%) no período.

Retorno tardio

A retração da renda está provocando também o fenômeno de diminuição da população não economicamente ativa (fora do mercado de trabalho). Desde maio do ano passado, 520 mil pessoas voltaram ao mercado, para trabalhar ou lutar por uma vaga.

O destaque, nesse caso, é o retorno dos que têm idade acima de 50 anos. O IBGE registrou um aumento de 15,5% da população economicamente ativa (no mercado, trabalhando ou procurando trabalho) nessa faixa etária no período.

Liderança em novas vagas

O Paraná gerou 54.819 empregos formais nos primeiros cinco meses do ano. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o resultado já se aproxima ao dos últimos 12 meses (64.724) e coloca mais uma vez o Estado como um dos três líderes no país na criação de novos postos de trabalho com carteira assinada. Junto com o Paraná, os destaques ficaram com São Paulo (209.441) e Minas Gerais (66.626).

O levantamento, baseado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta ainda que, entre os Estados do Sul, o Paraná fica na dianteira com quase a soma dos resultados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina gerou 22.340 novos empregos e o Rio Grande do Sul, 33.573.

Ainda segundo o Caged, a taxa de crescimento do número de empregos formais do Paraná no período ficou em 3,64%, índice superior ao de São Paulo (2,86%) e Minas Gerais (2,78%). No Sul, a média ficou em 2,62%. Já o crescimento brasileiro foi calculado em 1,95%.

Dos 55.819 novos empregos formais criados no acumulado do ano no Paraná, 19.168 ficaram com a indústria de transformação, com destaque para o setor de alimentos, que gerou 11.621 novos postos de trabalho. A agricultura criou 16.300 empregos, seguida do setor de serviços (7.852) e do comércio (7.852).

Em maio, dos 16.216 empregos surgidos no Paraná, 8.202 ficaram com a agricultura. A indústria de transformação contratou mais 3.422 trabalhadores, sendo que o setor de alimentos também ficou na dianteira no mês com 2.037 novos postos de trabalho. O comércio ficou com 2.141 novos empregos, seguido da área de serviços, com 1.540.

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