Desemprego alto, mas estável. Renda cai 14,6%

Rio  – A taxa de desemprego nacional ficou praticamente estável em setembro, em 12,9% da População Economicamente Ativa (PEA), mas o rendimento caiu 2,4% em relação a agosto e 14,6% na comparação com setembro do ano passado. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as taxas de desemprego foram de 13% em agosto e 12,8% em julho. Os dados constam da Pesquisa Mensal de Emprego. Em setembro de 2002, a taxa de desocupação havia sido de 11,5%.

Em comparação a setembro de 2002, existem 456 mil pessoas a mais desempregadas, um aumento de 19,6%. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas ficou em R$ 834,20 em setembro (aproximadamente 3,5 salários-mínimos). O aumento na terceirização e da informalidade foram os principais responsáveis pela queda no rendimento do trabalhador em setembro. A queda de 14,6% atingiu todos os setores pesquisados pelo IBGE.

“Os empregados com carteira tiveram perda no salário de 12,3%, frente a setembro do ano passado. Isso indica que as empresas estão demitindo e contratando por meio de firmas prestadoras de serviço. A ocupação nessa atividade foi a que mais cresceu no mês: 8,1%, contra 4,3% do total”, explicou Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa.

Na comparação com setembro do ano passado, a maior perda salarial, de 19,8%, foi dos trabalhadores por conta própria. No Rio e em São Paulo, a queda foi ainda mais intensa: 21,2% e 21,3%, respectivamente. “No Rio, como 23,46% dos trabalhadores são por conta própria, o rendimento médio de todos os ocupados caiu mais que a média nacional”, explicou Katia Namir, analista do IBGE.

Os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado tiveram queda salarial de 12,3% e os sem carteira assinada, de 2,2%. Por sua vez, o número de pessoas ocupadas nas seis maiores regiões metropolitanas do país continua em expansão, mas em um ritmo menor do que o de candidatos a um posto de trabalho. Em setembro, a população ocupada aumentou 1,2% em relação a agosto e 4,3% na comparação com o nono mês de 2002. Já a população desocupada – ou seja, as pessoas que estão procurando emprego – se manteve praticamente estável ante agosto (0,5%), porém teve crescimento de 19,6% frente a setembro do ano passado, o que resultou em 456 mil pessoas a mais nas filas por uma vaga.

Os números foram calculados com a nova metodologia da entidade, que considera como população economicamente ativa (PEA) trabalhadores de dez anos de idade em diante. Também leva em conta dados de pessoas que tenham procurado emprego nos 30 dias imediatamente anteriores à pesquisa.

Lula sanciona Primeiro Emprego

Brasília  (ABr) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, ontem, o projeto de lei que cria o Programa Primeiro Emprego (PPE). Semana passada, o projeto foi aprovado no plenário do Senado. O objetivo do PPE é assegurar oportunidades de inserção profissional a jovens com idade entre 16 e 24 anos, de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo, e com curso fundamental ou médio incompletos.

O índice de desemprego entre os jovens dessa faixa etária é quase o dobro da taxa em geral, de acordo com a Pesquisa por Amostra de Domicílios do IBGE. São 3,5 milhões de jovens desempregados, ou 45% do total de 7,7 milhões de desempregados do País.

A participação das empresas é estimulada por meio de incentivos, que variam de R$ 100, pagos bimestralmente durante seis meses às empresas com faturamento acima de R$ 1,2 milhão, a R$ 200, pagos às empresas com faturamento de até R$ 1,2 milhão. O benefício é pago por cada jovem empregado dentro das regras do PPE. As grandes empresas devem participar do programa abrindo mão de incentivos. Recebem, nesse caso, certificação como parceiras do Fome Zero.

Além da criação de vagas no mercado de trabalho, o PPE está voltado também para a qualificação profissional, aumento do número de vagas de aprendizagem – de 150 mil para 850 mil por ano – e para o empreendedorismo, por meio de uma linha de crédito especial, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Também estão sendo criados consórcios sociais, com forte participação de organizações não governamentais, para atender jovens em situação de risco social.

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