Desemprego ainda alto apesar de cair em agosto

Rio

  – A taxa de desemprego aberto do País apresentou ligeira queda em agosto (7,3%) ante a taxa registrada em julho (7,5%). A redução não foi suficiente, entretanto, para amenizar o significativo aumento da taxa média dos oito primeiros meses do ano (7,3%) em relação à média do mesmo período do ano passado (6,2%). O cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera as pessoas que procuraram emprego na semana em que os dados foram coletados, mas não encontraram colocação no mercado.

Para a analista do departamento de emprego e rendimento do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza, o desemprego no País continua alto e “a tendência permanece de crescimento”. Segundo ela, os indicadores com base de comparação de iguais períodos do ano anterior são os mais eficientes para análise da tendência do mercado de trabalho. Sublinhou também que o número de pessoas ocupadas tem apresentado maior crescimento no setor informal da economia. No acumulado de janeiro a agosto deste ano a ocupação cresceu 1,7%, puxada especialmente pelo aumento dos empregados sem carteira de trabalho assinada (4,1%), em ritmo bem mais veloz do que a expansão dos com carteira (1,8% no período).

Além disso, comentou Shyrlene, a ocupação também cresceu no acumulado do ano nos setores que pagam menores salários e têm maior número de vagas informais, como comércio e serviços, ambos com 2,7%. “Se levarmos em consideração os efeitos da informalidade e do desemprego, é melhor que cresça a primeira do que o segundo. Mas é claro que o melhor seria se os postos de trabalho gerados fossem mais seguros para os trabalhadores”, afirmou.

Rendimento

A queda no rendimento dos trabalhadores permanece intensa, puxada especialmente pelos que têm carteira assinada. No acumulado de janeiro a julho a redução no rendimento médio dos ocupados foi de 4,2% ante igual período do ano passado, com decréscimo de 4,7% no grupo dos com carteira e aumento de 0,4% no grupo dos ocupados sem carteira.

Resultados similares ocorreram em julho na comparação com igual mês do ano passado, com decréscimo de 3%, repetindo as quedas sucessivas que vêm sendo registradas nesse indicador desde janeiro de 2001. Nessa base de comparação mensal, o desempenho novamente foi pior no grupo dos com carteira assinada (-3,3%), mas houve uma pequena redução também na renda dos sem carteira (-0,7%).

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