Depois da Renault, agora a Volvo pára

Os 1,6 mil trabalhadores da Volvo do Brasil, na Cidade Industrial de Curitiba, entraram em greve por tempo indeterminado na manhã de ontem. Em assembléia, eles rejeitaram a proposta da montadora de abono de R$ 600 para quem ganha até R$ 3 mil e R$ 400 para os salários acima de R$ 3 mil. “Quem ganha mais de R$ 2 mil, acumula perda de mais de 15% nos últimos 3 anos , em virtude dos acordos não terem estendido o INPC para todos os trabalhadores”, destacou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.

Com a parada, deixaram de ser fabricados 23 caminhões, 3 ônibus e 50 cabines, informou o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Às 18h, foi realizada uma audiência de conciliação no Tribunal Regional de Trabalho, a pedido da empresa, mas até o fechamento dessa edição não tinha terminado.

Na Renault, os 2,7 mil funcionários deram prosseguimento à greve iniciada na terça-feira, que atingiu produção e administração. Por causa da paralisação, 680 veículos e 1.800 motores já deixaram de ser produzidos no complexo industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais. Em nota divulgada ontem, a montadora francesa lamentou “o fato de o movimento ter bloqueado o acesso às dependências da empresa, o que fere o direito democrático constitucional de ir e vir de cada cidadão”.

Dirigentes da empresa e do sindicato estavam reunidos no início da noite, mas faltavam alguns detalhes para fechar uma nova proposta que seria apresentada em assembléia nesta manhã. A proposta inicial de três parcelas de R$ 120 já tinha evoluído, informou o secretário-geral do Sindicato, Cláudio Gramm.

Na Volkswagen/Audi, a proposta de R$ 500 parcelado em cinco vezes não foi aceita na assembléia de ontem à tarde. O Sindicato propôs uma parcela de R$ 500 ou R$ 550 em duas vezes, dando prazo à montadora para responder até sexta-feira. A correção integral pelo INPC, em setembro, já está garantida para os 2,8 mil trabalhadores por causa do acordo para produção do Tupi.

O maior salário de ingresso é o da Volvo (R$ 722), seguido da Renault (R$ 690) e Volks/Audi (R$ 670). (Olavo Pesch)

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