Demanda por álcool faz crescer em 30% a cana

As produções de álcool e açúcar no Paraná aponta para um crescimento médio de 30%, com uma colheita prevista em 32 milhões de toneladas neste ano. Os bons resultados devem gerar uma receita bruta estimada entre R$ 930 a R$ 950 milhões e mostram a recuperação do setor, que enfrentou uma estiagem no ano passado. A expansão na produção acontece principalmente na região Noroeste do Paraná, onde as cidades têm poucas alternativas de industrialização e geração de empregos.

A meta do setor é crescer mais 50% até 2008, ampliando para 450 mil hectares a área plantada de cana-de-açúcar no Estado. Atualmente, já ocupa 350 mil hectares.

Os planos de crescimento do setor ganharam o apoio do governador Roberto Requião, que deu seu aval político junto ao BNDES para agilizar a liberação dos financiamentos solicitados pelas usinas de açúcar e álcool no Estado.

"Os investimentos atendem ao chamado do governador que quer ver esse segmento forte e gerando empregos no Paraná", disse o presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena. Ele esteve nesta semana no Palácio Iguaçu para um encontro com o governador Roberto Requião.

Na safra 2006 serão produzidos 1,5 bilhão de litros de álcool e 2,2 milhões de toneladas de açúcar, contra 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,7 milhão de sacas de açúcar no ano passado. O setor já está gerando 80 mil empregos diretos e 500 mil indiretos no Estado.

No Paraná, praticamente cada usina está ampliando sua planta industrial, além da instalação de dois novos investimentos nos municípios de Terra Rica e Santo Inácio, também no Noroeste.

Perfil do trabalhador

Atualmente, o perfil do emprego gerado pelo setor sucroalcooleiro mudou totalmente, disse Tormena. As usinas absorvem mão-de-obra 10 meses por ano, de março a dezembro, ao contrário de pouco tempo atrás quando os empregos eram gerados somente por um período máximo de seis meses.

"Considerando um mês de férias e um outro em que os empregados fazem um bico nas cidades, o ano é, praticamente, todo ocupado com o trabalho na cana-de-açúcar", disse o empresário. Outra mudança no perfil do cortador de cana é o tratamento digno. "Ele é transportado para os canaviais apenas em ônibus fechado, sentado com toda a segurança", garantiu.

Mercado

A expansão da cana-de-açúcar está sendo impulsionada pelo aumento do consumo no mercado interno e externo. A produção de carros bicombustível (flex) fez disparar a venda de álcool no País. Segundo Tormena, a previsão é que até o ano que vem 100% dos novos veículos fabricados no País serão flex. "Estamos investindo para atender o mercado", justificou.

Outra expansão de mercado está acontecendo no cenário externo em função da elevação de preço e escassez do petróleo. "O mercado externo ainda é pequeno, mas a tendência é de crescimento", afirmou. (AEN)

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