Demanda das empresas por crédito desacelera em junho

A demanda das empresas brasileiras por crédito teve em junho a primeira desaceleração depois de três meses consecutivos de alta, revelou hoje indicador da empresa de análise de crédito Serasa Experian. O índice, que reflete a melhora nos prazos e nos custos dos financiamentos para pessoas jurídicas, teve no mês passado leve alta de 0,9%, depois de três meses de crescimento na casa dos 5%.

O resultado de junho é a quarta alta mensal consecutiva na demanda das empresas por crédito, o que confirma a recuperação da economia brasileira diante dos desafios impostos pela crise financeira mundial. O indicador de demanda por crédito da Serasa é construído a partir da amostra de Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJs) de cerca de 1,2 milhão de empresas consultadas mensalmente.

Ainda que a demanda das empresas por crédito apresente tendência de alta, ela ainda está muito abaixo dos resultados observados no mesmo período do ano passado. Em relação a junho de 2008, o indicador teve recuo de 2,3%. No acumulado do primeiro semestre de 2009, a queda foi ainda maior: de 6,7% em relação ao acumulado de janeiro a junho de 2008.

Na comparação entre regiões, o Sudeste teve em junho o maior crescimento na demanda por crédito, registrando forte alta de 3,9% em relação a maio. Em seguida aparece a região Norte, com crescimento de 2,9%. Em oposição, as Regiões Nordeste e Centro-Oeste tiveram recuos substanciais, de 6,3% e 0,9%, respectivamente. A região Sul apresentou estabilidade.

Empresas

As empresas que tiveram maior destaque no indicador foram as grandes, liderando a demanda por crédito no mês de junho, com salto de 4,3% em relação a maio. As empresas de médio porte apresentaram crescimento de 2,4%, seguidas pelas micro e pequenas, que tiveram leve alta de 0,8% na procura por crédito.

No acumulado do primeiro semestre, os micro e pequenos negócios foram os que registraram maior recuo na demanda em relação ao mesmo período do ano passado (-6,9%). Na análise dos economistas da Serasa, o resultado confirma que foram justamente para essas empresas que o crédito ficou mais restrito, sobretudo nos meses posteriores ao agravamento da crise financeira internacional, ocorrido em setembro de 2008.

Já para as grandes empresas, a queda na procura por crédito ao longo do primeiro semestre de 2009 foi de apenas 0,5%. As empresas de médio porte tiveram recuo no mesmo período de 4,8%.