Déficit do setor externo em junho está em linha com projeção para o ano, diz BC

O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, salientou nesta quarta-feira, 22, que o déficit de US$ 2,547 bilhões de junho representa uma redução de 50% ante junho de 2014, quando ficou em US$ 5,110 bilhões. O volume do mês passado, de acordo com ele, está em linha com o que o BC tem projetado para o ano – um rombo de US$ 81 bilhões.

Esse resultado, de acordo com o técnico, decorre da atividade mais fraca da economia brasileira, o que pode ser observado nos diversos componentes da conta. Como exemplo, ele citou o aumento do saldo da balança comercial, que vinha registrando déficits ao longo do primeiro semestre.

O superávit comercial do mês passado é o melhor da série desde 2009 para meses de junho. “Essa melhora nas transações correntes do primeiro semestre espelha melhoras da balança, da conta de serviços e de renda primária”, citou.

Rocha afirmou também que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) foi suficiente para cobrir o déficit em conta corrente e ainda deixar uma sobra. No acumulado do primeiro semestre, no entanto, o IDP ainda é menor que o rombo nas contas externas. “Ele cobre 81% e é a principal fonte de financiamento do déficit”, disse.

Remessas

Segundo Rocha, uma menor lucratividade e a alta do dólar frente ao real reduziram as remessas de lucros e dividendos para o exterior. Ele explicou ainda que esses dois fatores também levaram a uma redução dos reinvestimentos de firmas estrangeiras que operam no Brasil.

Em junho, segundo os dados do BC, a remessa de lucros ficou em US$ 2,059 – em igual mês do ano passado havia sido de US$ 2,408 bilhões. Com lucros reinvestidos a situação é semelhante, caiu de US$ 981 milhões em junho do ano passado para US$ 525 milhões em 2015.

“A lucratividade da empresa é uma variável econômica correlacionada com o nível de atividade econômica. Ou seja, se temos uma atividade que tem desempenho melhor, a expectativa é que os lucros aumentem, em uma atividade mais devagar, os lucros diminuem”, explicou. “A segunda parte é que a desvalorização cambial afeta esses lucros, já que os resultados são auferidos em reais e precisam ser convertidos para dólares”, argumentou.

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