Decisão gera impasse em Paranaguá

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Eduardo Requião, assumiu ontem seu apoio aos trabalhadores portuários avulsos da categoria dos arrumadores, num impasse criado nesta semana. Uma decisão judicial tomada após pedido do Ministério Público do Trabalho determinou a mudança de local e de sistema de escalação da categoria. Os cerca de 900 trabalhadores passaram a se concentrar no Ponto de Chamada do Órgão Gestor de Mão-de-Obra do Paraná (OGMO/PR) e obedecer o sistema eletrônico adotado pelo órgão para as chamadas diárias de trabalho. Os representantes da categoria reivindicam a continuação das escalas de trabalho na sede do sindicato e a permanência do sistema próprio de escalação, como era antes da intervenção do MPT, que ocorreu há 2,5 anos. Na quinta-feira, alguns arrumadores revoltados, queixando-se da condição do armazém onde fica o OGMO/PR, botaram fogo no local. Essa atitude paralisou a chamada não só da sua categoria, como de outros trabalhadores autônomos, como os estivadores, por exemplo.

Segundo o superintendente, os conflitos gerados estão sendo utilizados como manobras pelos operadores portuários para denegrir a imagem do Porto de Paranaguá. “Os arrumadores são prestadores de serviços dos operadores portuários e se revoltaram contra uma decisão, que tumultua o porto em nome de vantagens perversas dos privatistas, que buscam acabar com a imagem consolidada do nosso terminal”.

Para Requião, o OGMO, criado na década de 90, através da Lei 8.630, a chamada Lei de Modernização dos Portos, deveria ser regido por todos os segmentos, conforme prevê a legislação. “O que observamos é que somente os patrões estão à frente do OGMO, ou seja, o órgão está atuando ilegalmente”. No final da tarde, o presidente do sindicato dos arrumadores, Wanderley Costa Mendes, participou de uma reunião com o superintendente para tentar minimizar os problemas do porto com essa situação.

Os arrumadores mantinham a paralisação de suas atividades e aguardavam decisão dos representantes da categoria para voltar às operações nos navios. Segundo a APPA, a movimentação de cargas não foi comprometida porque trabalhadores de outras categorias assumiram provisoriamente as funções desempenhadas pelos arrumadores.

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