Decisão do Banco Central mostra dicotomia no governo

A redução da taxa básica de juros para 12,75% ao ano não agradou o setor industrial. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures afirmou que a decisão do Banco Central é ?lamentável? e demonstra que há ?dicotomia dentro do governo federal?. ?Enquanto o presidente e os ministros falam de crescimento, através do PAC, o Banco Central está com essa política recessiva, que só privilegia o sistema financeiro?.

Para Rocha Loures ?o Banco Central não está voltado para o bem comum, para o desenvolvimento. É pautado por influência do sistema financeiro e está institucionalizando a recessão?.

De acordo com o presidente da Fiep, enquanto os juros reais no Brasil forem maiores que as taxas de retorno dos negócios, o ambiente é de total desestímulo aos investimentos. ?Hoje a maior necessidade é mudar a política do Banco Central. A taxa de juros é variável importante em um cenário em que é preciso mudar também a Política Cambial?.

Comércio

As entidades representantes do comércio avaliaram que o Banco Central poderia ter definido uma queda mais acentuada da Selic e a taxa de 12,75% é um fator que impede o crescimento mais acelerado da economia no País.

A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) avalia que, mesmo com a redução de 0,25 ponto percentual, a taxa de juros básica, a Selic, ainda traz desconforto para o setor produtivo. Para a entidade ?a atual política econômica compreende a manutenção de um câmbio valorizado e juros elevados enquanto o setor produtivo clama exatamente pelo contrário. Ou seja, juros menores e câmbio menos valorizado. Bastaria reduzir a Selic que o câmbio se ajustaria automaticamente.?

Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), disse que a economia precisa de reduções mais acentuadas. ?A queda de 0,25% na taxa Selic era esperada pelo mercado, mas abaixo da desejada e da que consideramos que seria viável. Passada essa fase de turbulência externa, esperamos que o Banco Central retome a redução dos juros em ritmo mais acelerado?.

BB reduz juros

O Banco do Brasil anunciou ontem a redução das taxas de juros para cheque especial e cartões de crédito. A medida acompanha decisão do Copom que reduziu em 0,25% a taxa Selic, possibilitando a diminuição dos custos de captação e o repasse desse benefício para o preço de algumas linhas de crédito. As novas taxas ampliam a competitividade das linhas operadas pelo BB e contribuem para o crescimento da base de clientes e negócios. A taxa mínima do cheque especial e dos cartões de crédito foi reduzida de 1,98% para 1,96% ao mês e a máxima de 7,68% para 7,66% ao mês. As novas taxas são válidas a partir de hoje. Está prevista também redução, a partir do dia 12, nas taxas do BB Capital de Giro Mix Pasep, linha destinada preferencialmente ao atendimento de micro e pequenas empresas.

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