Críticas ignoram evidência dos fatos, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou os analistas de mercado que estão utilizando a projeção de crescimento da economia em 2010 para forçar a elevação das taxas de juros futuras. O ministro afirmou que o governo não usará o superávit fiscal para estímulo eleitoral. Segundo ele, a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) é de que o Brasil terá o melhor resultado fiscal este ano entre os países do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). “Alguns analistas insistem em criticar a meta fiscal, ignorando a evidência dos fatos”, afirmou Mantega, durante solenidade de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para o ministro, essas críticas não se sustentam. Mantega disse que o Brasil manterá a inflação dentro da meta. Ele lembrou que a expectativa do mercado de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche em 4,3% este ano, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. O ministro disse que para 2010, a previsão de mercado também é de uma inflação abaixo do centro da meta, mesmo com a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%. “Estamos cumprindo o objetivo de crescimento com equilíbrio fiscal”, disse. O ministro observou ainda que as projeções do mercado de expansão superior a 5% são “excesso de otimismo”.

“Alguns analistas diziam que o Brasil teria crescimento negativo em 2009. Eu era uma das poucas vozes que dizia que teríamos crescimento positivo. Daqui a pouco vão me chamar de pessimista. Só 5%?”, comentou. “Mas não acho que teremos um crescimento de mais de 5% em 2010.”

Para Mantega, a recuperação da economia é consistente com um crescimento de 1% neste ano e de 4,5% a 5% em 2010. “Não se sustenta a ideia de um crescimento acima dessa expectativa. É excesso de otimismo”, afirmou. O ministro disse que em função dessas expectativas, os analistas de mercado estão projetando uma inflação acima da meta e criando expectativas de elevação dos juros. “Não se justificam essas expectativas que estão levando ao aumento indevido das taxas de juros futuros”, ponderou. Mantega avalia que esse movimento está sendo puxado por quem perde quando os juros caem. “Parte do sistema financeiro ganha mais quando os juros estão mais altos. Então, é preciso ter cuidado com estas análises que não têm fundamento técnico.”