Crise não refletiu nos números relativos ao desemprego

A crise financeira internacional ainda não provocou reflexos nos números relativos ao desemprego do país. A avaliação é do economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), William Kratochwill. Segundo ele, somente em janeiro, com o fechamento de postos de trabalho temporários tipicamente abertos no fim do ano, possíveis efeitos devem trazer mudanças ao mercado de trabalho.

De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada nesta quinta-feira (22), o nível de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país alcançou em 2008 a menor taxa desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002. O indicador ficou em 7,9%, depois de alcançar 9,3% em 2007.

“Na série história da pesquisa percebemos que é comum em todo fim de ano o desemprego se reduzir. Em 2008, essa tendência se confirmou. Apesar da crise, o mercado brasileiro ainda estava aquecido e necessitou de mão de obra para este trabalho, ainda que temporário. Se houver o efeito da crise, talvez seja a partir de janeiro, quando essas vagas temporárias se extinguem. Vai depender de como a economia brasileira vai reagir”, afirmou.

Ainda segundo a PME, em dezembro, a taxa de desemprego foi de 6,8%. Na comparação com novembro (7,6%), houve queda de 0,8 ponto percentual, e de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior (7,4%). O resultado observado em dezembro também foi o menor para o mês, desde o início da série histórica. O número de pessoas desocupadas no mês, 1,6 milhão, recuou 11% em relação a novembro, e 6,3% na comparação com dezembro de 2007.

A Pesquisa Mensal de Emprego investiga as condições do mercado de trabalho em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.