Crescimento do PIB pode ser inferior a 2%, admite governo

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá ficar abaixo dos 2% neste ano. O governo ainda mantém essa estimativa, mas já admite a possibilidade de revê-la para baixo. ?Estamos monitorando os indicadores para ver se será necessário?, disse à Agência Estado o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Roberto Iglesias.

?Se der 2% no ano, estará ótimo, mas já tem gente no governo achando que será abaixo disso.? Iglesias explicou que um eventual corte na estimativa de crescimento do PIB dependerá da intensidade e da duração da onda de incertezas que varreu o mercado no mês de junho. No entanto, mesmo no pior cenário, os economistas do governo ainda trabalham com uma taxa positiva de crescimento do PIB para 2002.

Antes do agravamento da crise, o governo contava com a aceleração da atividade econômica a partir de julho. Porém, a deterioração do quadro econômico impediu o corte nas taxas de juros e elevou a cotação do dólar, o que tem efeitos negativos sobre a produção. ?A atividade econômica do segundo semestre vai murchar?, admitiu Iglesias.

Por essa razão, as projeções de crescimento do PIB no segundo semestre, que eram de 4%, já foram cortadas para 3% e podem cair ainda mais. ?É a combinação das incertezas financeiras e a expansão dos juros de longo prazo?, disse o secretário. A turbulência já fez com que as projeções das taxas de juro de longo prazo passassem de 19% em abril para a casa dos 30% no final de junho.

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