Corte de gás boliviano prejudicou Furnas, afirma Eletrobrás

O corte no fornecimento de gás natural pelo governo boliviano para a térmica de Pantanal, no Mato Grosso, agravou os problemas de descontratação de energia de Furnas, controlada da Eletrobrás obrigando a empresa a adquirir energia no mercado livre para cumprir os seus contratos. A informação é do diretor financeiro da Eletrobrás, Astrogildo Quental, em entrevista após teleconferência com analistas realizada nesta segunda-feira (24). No balanço divulgado na semana passada, Furnas declarou que os prejuízos com a comercialização de energia atingiram R$ 1,17 bilhão no ano passado, afetando os ganhos da empresa com as atividades de geração e de transmissão.

Além da térmica de Mato Grosso, Furnas também está a descoberto por conta do contrato com a Companhia de Integração Energética (Cien), do grupo espanhol Endesa. A Cien firmou contrato de entregar até 2.000 megawatts (MW) de energia elétrica no Brasil com base em geração na Argentina. Devido aos problemas do país vizinho, porém, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), considerou que o contrato está sem lastro, obrigando Furnas a buscar outras fontes de energia para cobrir a diferença.

"Sem esses contratos, Furnas teve de buscar energia no mercado livre e acabou afetada pela alta dos preços", explicou Quental. Ele admite que a situação pode ter se agravado no início deste ano, em que o preço do megawatt-hora (MWh) atingiu R$ 570, mas ele não sabe estimar o montante de energia que Furnas está tendo de adquirir no mercado livre. Ele garantiu, porém, que a questão está sendo equacionada.

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