Bancos

Corte de empregos no setor bancário aumenta 97,6% em 2015

Em 2015, os bancos que operam no Brasil fecharam 9.886 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta sexta-feira (22) pela Contraf-CUT. O número quase dobrou em relação a 2014, quando foram fechados 5.004 empregos no setor bancário, representando um avanço de 97,6%.

O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, usa como base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e também revela que nos últimos três anos o setor permaneceu extinguindo empregos. Na comparação com o ano 2013, quando houve o corte de 4.329 postos de trabalho, os números de 2015 representam um aumento ainda maior, de 128,4%.

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, continuam sendo os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 7.248 empregos em 2015 (73% do total). Na Caixa, foram fechados 2.497 postos de trabalho no período (25%).

Na comparação mensal, dezembro apresentou o terceiro pior saldo, foram fechados 1.639 postos de trabalho, perdendo apenas para os meses de julho

(-3.069) e novembro (-1.928). Em julho, o saldo negativo foi influenciado pelos programas de incentivo à aposentadoria implantados no Banco do Brasil e na Caixa.

Para Roberto von der Osten, a pesquisa conclui que os bancos, apesar dos lucros estratosféricos obtidos em 2015, dobraram a sua redução de postos de trabalho. “O que será que eles estão planejando para 2016? Continuar a sua escalada de lucros a qualquer custo, mesmo que para isso tenham que sacrificar o emprego de milhares de famílias? É uma falta de compromisso muito grande para com a sociedade. O setor que mais ganhou deveria estar contribuindo mais para a retomada do crescimento e da distribuição de renda. É isso que esperamos deles”, afirmou.

Reduções por estados

No total, 22 estados apresentaram saldos negativos de emprego e apenas cinco tiveram saldo positivo entre desligamentos e admissões. As reduções mais expressivas ocorreram em São Paulo (-2.835), Rio de Janeiro (-1.515) e Rio Grande do Sul (-1.088). O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 115 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso, com 41 novos postos no período.