Copom reconhece em ata que consumo de famílias pode desacelerar

O Banco Central (BC) avalia que o consumo das famílias tende a se estabilizar. A nova previsão consta na ata do Copom divulgada nesta quinta-feira, 12, pela instituição. Na ata anterior, relativa à reunião dos dias 20 e 21 de janeiro, o BC avaliava que o consumo das famílias tendia a registrar ritmo moderado de expansão. O BC também aponta um reajuste maior para os preços administrados – aqueles cujo reajuste de preços é determinado pelo governo. Na ata divulgada hoje, a tarifa de energia elétrica terá reajuste de 38,3% em 2015, significativamente acima da estimativa anterior, de 27,6%. Para a telefonia fixa, a previsão do BC é de uma queda de 4,1% em 2015 ante expectativa anterior do começo do ano de elevação de 0,6%.

O Banco Central repetiu na ata divulgada nesta quinta-feira, 12, a mesma fórmula de detalhar suas projeções para os preços administrados e monitorados pelo governo, como trouxe no documento de janeiro. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o colegiado elevou a Selic de 12,25% para 12,75% ao ano considerando que a alta dos preços administrados em 2015 seria de 10,7%, e não mais de 9,3% como no documento anterior. No caso de 2016, a previsão de alta de 5,1% desse conjunto de preços foi substituída por uma elevação de 5,2%.

Para formar seu cenário para os preços administrados, o BC informou também que levou em conta hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, mesmo valor do documento anterior, e de alta de 3,2% no preço do botijão de gás (3% era a estimativa anterior). Até a ata da reunião do Copom de dezembro, a instituição limitava-se a relatar a variação desses itens dentro de um limite de tempo.

Cide

Assim como no documento de janeiro, o BC voltou a explicar no documento que a alta da gasolina é reflexo de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da PIS/COFINS. Disse ainda que no caso da energia, a projeção se explica devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A perspectiva de realinhamento dos preços administrados em comparação com os livres tem sido uma tônica constante nos documentos do BC e discursos de seus porta-vozes desde o fim do ano passado. Esse fato, aliado a um realinhamento também dos preços domésticos em relação aos internacionais, são apontados como os principais fatores de pressão sobre a inflação.

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