Consumidor de baixa renda paga pela energia da indústria

A tarifa de energia elétrica cobrada da classe residencial está, pelo menos, 11% mais cara por causa dos subsídios concedidos aos consumidores industriais. O mesmo problema é verificado na classe comercial e industrial de baixa tensão, que pagam 21,9% a mais como forma de subsídio. Enquanto isso, o setor industrial, incluído no chamado subgrupo A2, por exemplo, paga 13% a menos em cada megawatt/hora gasto, ou R$ 13,08. Esse é o resultado de estudo solicitado pelo Comitê de Revitalização do Setor Elétrico à Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que criou um grupo para tratar do assunto.

O trabalho foi realizado com base nos números de aproximadamente 40 concessionárias localizadas nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Segundo um dos coordenadores do estudo, Wilson Koprik, da Companhia Paranaense de Energia (Copel), para encontrar os subsídios cruzados existentes nas tarifas de fornecimento e propor sua correção, foi necessário observar os custos de atendimento em cada subgrupo no médio e longo prazos.

Levaram-se em conta as expectativas de compras de energia, transporte e comercialização no período. Os subsídios são definidos pelas diferenças entre as tarifas de referência, que refletem os custos das distribuidoras para fornecer energia ao consumidor, e as tarifas praticadas pelo mercado.

De acordo com o estudo, se não houver uma reestruturação tarifária rápida, a tendência é que os subsídios aumentem no decorrer dos anos. Até 2010, de acordo com projeções feitas pelo grupo, os consumidores do subgrupo A2 (industriais), pagariam 25 21% (R$ 25,21) a menos pela tarifa enquanto os residenciais e comerciais e industriais de baixa tensão desembolsariam a mais 14,6% (R$ 30,32) e 24,7% (R$ 48,41).

Como o valor pago pelos consumidores de alta tensão não cobre os gastos que as distribuidoras têm para levar a eletricidade até as empresas, os consumidores de baixa tensão pagam a diferença.

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