Construção teve crescimento real de 12,2% em 2004

Rio (AE) – O setor de construção reagiu em 2004 à privação do primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com aumento da renda, do crédito e do emprego e ajudados pela fraca base de comparação de 2003, os resultados da construção apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram um crescimento real de 12,2% no valor total das obras e serviços executados ante o ano anterior.

O chefe da Coordenação de Indústria do (IBGE), Sílvio Sales, disse que o bom desempenho apurado na Pesquisa Anual da Construção 2004 é diagnosticado também em 2006. Segundo Sales, os dados conjunturais relativos ao setor de construção divulgados neste ano mostram uma trajetória positiva, refletindo medidas governamentais de incentivo e a expansão do crédito.

Ele afirmou que uma análise dos resultados apurados em 2004 mostra que refletem a expansão do crédito e da renda no período. ?A pesquisa mostra números amplamente favoráveis. O setor cresce em cima de obras residenciais e de infra-estrutura, o que reflete o cenário econômico da época. Esses setores dependem muito da renda e do crédito, que foram favoráveis em 2004?, disse.

Sales ressaltou, porém, que a fraca base de comparação de 2003, um péssimo ano para a construção, também influenciou positivamente os dados comparativos de 2004. Naquele ano, a construção recuperou alguma posição no Produto Interno Bruto (PIB) do País, passando para uma participação de 7,3% no total das riquezas geradas. Em 2003, o setor havia despencado de uma fatia de 8 % do PIB em 2002 para 7,2%.

Destaques

Sales sublinhou que os segmentos de construção residencial e infra-estrutura puxaram o crescimento da construção em 2004. O grupo de obras residenciais registrou crescimento real de 15,8% em 2004 ante o ano anterior.

O técnico do estudo, Fernando Abritta, afirmou que a construção residencial foi beneficiada naquele ano por medidas tomadas pelo governo para incentivar o setor, assim como pelo aumento de 49,2% no valor de recursos ao financiamento imobiliário ante o ano anterior. Outro crescimento importante ocorreu no segmento de plantas industriais, cuja participação no valor total das construções do País subiu de 1,8% em 2003 para 2,6% em 2004. Para Sales, o crescimento da participação das plantas industriais na construção em 2004 ?parece ter coerência muito afinada com o crescimento da produção de bens de capital no ano?. No ano, a produção de bens de capital cresceu 19,7% ante o ano anterior.

Regiões

O levantamento mostrou também que a região sudeste perdeu participação no setor de construção entre 1985 e 2004, enquanto as demais ampliaram a fatia. Tomando como base a distribuição do emprego na construção nas grandes regiões do País, o levantamento revela que a participação do sudeste no total de ocupados caiu de 63,7% em 1985 para 51,2% em 2004.

Por outro lado, o sul elevou a participação de 12,9% para 14,9% no período e o centro-oeste, de 4,2% para 7,8%. Houve aumento também nas fatias das regiões norte (2,1% para 6,4%) e nordeste (16,9% para 19,8%).

Sales disse que os dados regionais mostram que o setor de construção segue ?um movimento mais geral? da economia, que ocorre também na indústria. Isso leva o sudeste a perder espaço para outros locais, ainda que permaneça como a região líder no País. Segundo ele, como a construção é intensiva em mão-de-obra, esse é um termômetro eficaz para avaliar as participações regionais.

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