Construção civil deve crescer 6,1% em 2011

O Produto Interno Bruto (PIB) da construção deve crescer 11% neste ano e 6,1% em 2011, conforme estimativas divulgadas hoje pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon). Em encontro com a imprensa para comentar os resultados do ano e as perspectivas para o setor em 2011, a entidade chamou a atenção para a retomada do crescimento, que superou as expectativas do início de 2010. Ao listar os próximos desafios para se chegar ao crescimento sustentado, os economistas do SindusCon avaliam que manter taxas de dois dígitos vai exigir um esforço consideravelmente maior.

De acordo com a entidade, entre os empresários a perspectiva é de que o crédito continuará em expansão e os lançamentos serão voltados para os segmentos de média e baixa renda. Os executivos, porém, têm se mostrado pessimistas em relação à evolução dos custos setoriais, ao considerar que o fator mão de obra deve continuar como um dos grandes problemas de 2011.

No ano, a inflação na construção civil medida pelo Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado (INCC-M) já acumula alta de 6,95% até novembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse indicador estava em 3,01% um ano antes, mas chegou a atingir 11,75% em 2008.

Entre os principais desafios para a indústria da construção, na avaliação da entidade, estão a continuidade do programa habitacional, o desenvolvimento de novas fontes de financiamento, a busca por inovações tecnológicas, o custo dos terrenos e a escassez de mão de obra. O SindusCon reconhece que a expansão do crédito na área habitacional e de infraestrutura e os recursos do “Minha Casa, Minha Vida” garantiram forte crescimento neste ano, apresentando reflexos em toda a cadeia. Resultado direto desse cenário, o País deve fechar 2010 com a geração de 350 mil novos empregos com carteira assinada.

Otimismo

Dados mais recentes da indústria de materiais mostram que houve queda no indicador de desempenho das empresas, mas o otimismo dos empresários continua forte, ressalta o SindusCon. Sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) aponta que 76% das indústrias consultadas pretendem investir nos próximos 12 meses. Os principais alvos de investimentos seriam novas tecnologias, máquinas e equipamentos. A mesma pesquisa mostra que 88% das empresas do setor seguem otimistas em relação ao fechamento das vendas internas de novembro, ante o índice de 85% registrado no mês anterior.

O ritmo de criação de empregos também confirma o aquecimento do setor, acrescenta o sindicato. Em outubro, foi registrada alta de 7% na taxa de ocupação da indústria da construção em relação a um ano antes, segundo levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na mesma base de comparação, o emprego formal no Brasil cresceu 15,1%, com destaque para os Estados do Norte (24,5%) e do Nordeste (27,4%).

Para ilustrar o bom desempenho do ano, a entidade citou números da região metropolitana. No acumulado até outubro, os lançamentos na Região Metropolitana de São Paulo somaram 48.176 unidades e já se aproximam do volume total lançado em 2009, de 50.992 unidades, conforme pesquisa da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). A performance, porém, ainda está um pouco distante do recorde de 62.762 unidades lançadas em 2008.